Page 59 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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Até que, pelos idos de 1992/93, na gestão do prefeito Luiz Guaritá Neto, a Câmara Municipal empe-
nhou-se na escolha de um hino a Uberaba abrindo–se concurso. Conhecia-se um outro criado por duas
outras personalidades, sendo um, conterrâneo de coração. Em fase fértil, quisera eu entrar na contenda, mas
por questão de ética e respeito, os hinos de pessoas doutas suplantavam o desejo de trabalhar nova letra e
música.
Júri formado, levara o Coral Conta Canto do Conservatório onde lecionava, para apresentação das
duas criações, tendo o cuidado de, no primeiro hino cantado, trocar a palavra centenário por aniversário.
Saíra voto vencido em que um membro do júri opinara, que o hino mais novo era mais fácil de ser entoado
nas escolas (mesmo de tonalidade mais aguda). Eu fora voto vencido. Lançamos em primeira audição, na
Fundação Cultural, localizada no pátio da Igreja de São Domingos, quando as irmãs Maria Soledade Borges e
a historiadora/acadêmica Maria Antonieta Borges Lopes lançaram o livro didático sobre a cidade, a ser usado
nas segundas séries das escolas uberabenses. Tanto, que ao ser entoado por público, em festas solenes, o
povo se põe a cantar a uma oitava abaixo, ao som da gravação orquestral.
A dois de março de 2019, aniversário de 199 anos da cidade (!) gravado e apresentado em programa-
ção da TV Integração, no MG 1 Edição, um mezzo e um tenor, em dupla, cantam-no ficando cômodo à voz
a
masculina, mas, perde-se a espontaneidade, na feminina; aconselha-se que os escolares o cantem em tom
mais adaptável às vozes infantis ou da puberdade, quando se passa pela mudança do registro vocal.
A letra do araguarino, jornalista Ari de Oliveira, trouxe parceria do historiador Gabriel Totti:
“Da jornada de fé, corajosa/De bandeiras por todo o Brasil/Tu surgiste, Uberaba
formosa/Das campinas, sob um céu de anil. Coro: És Uberaba, o formoso/ E mais
rico florão/Deste nosso sertão valoroso/Oh grande terra gentil/Um torrão sem igual/
No planalto central do Brasil. Não transiges com teu inimigo/Mas acolhes, gentil, em
teu colo Os que veem ao trabalho, contigo/Procurando elevar o teu solo/Tuas matas,
teus campos, teus montes/De riquezas sem par, peregrinas/Construiram entre teus
horizontes/As mais belas das joias de Minas”.
E que fora trocada pelo autor, o final do último verso: A MAIS BELA DAS JOIAS MAIS FINAS... porque Ari
de Oliveira era separatista de um Triangulo que desejava não mineiro...
OUTROS COMPOSITORES
Muitos compositores uberabenses merecem destaques em suas criações hinárias. Pensou-se em dar
ao “hino” de Rigoletto de Martino como o de nossa Uberaba. Mas, no Brasil, o futebol representa arte dos
pés como símbolo de cabeça pulsante, de festa quase folclórica, em que Copa do Mundo é quinzena de
acontecimentos jamais vistos em terras brasileiras. E o Hino do Uberaba Sport Club mereceu as honras de um
passado, presente e futuro como turbilhão de grandes feitos futebolísticos, marcha que Rigoletto fizera como
o Hino da cidade, repito, antes que Barão a quisesse ligada ao Uberaba Sport Club:
“Tenho fulgente história/Até os deuses já cantam minha glória/Sou o valente
campeão/Que, de Uberaba, possuo o coração./Sempre leal e forte/Sou o denodado
Uberaba Sport/O astro rei, brilhante sol/A potestade mor do futebol./Meus jogadores
lutam sempre com afeição/Em prol do belo alvirrubro pavilhão/Nada os detém em seu
fervor/Acometendo com ardil e valor/Em campo altivo, briosos, viris/Sempre triunfam
na pugnas febris/Seus peitos tremem de santo ardor/E a glória beija num lance de
amor.../Nobre e liberal/Meu time não tem rival/É vencer a sua divisa ideal/ Tem vitórias
mil/É a gloria do Brasil/ Ah, valente Sport/ Tão invejado e sempre forte/Alegua, gua,
gua/Urrah! Urrah! Salve oh campeão/Da princesa do sertão!”
Eis um grito de guerra. Um grito de entusiasmo conclamando o time à vitória. A música nasceu primeiro
com maestro Rigoletto de Martino. Posteriormente, o famoso Barão Lourival Beduíno do Carmo adaptou a
letra, em que a prosódia formou companheirismo brilhante em perfeito acasalamento: onde o tempo forte
do compasso encontrava a tônica da palavra, sem distorção e sem cargorritimia, no sentido de comprometer
a pronúncia.
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