Page 62 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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“Minha gente, para frente é que se anda/Ver Uberaba desse jeito como doi/ O
nome certo, o nome feito /Tem Uberaba pra prefeito/Hugo é o nome que constrói!
Outro:
“Vamos nós participando/Nós estamos trabalhando/Como é bom estar
contente/E com Hugo andar pra frente...”
Emoções redobram marcando saudades. Vida de mestra que trabalhara 47 anos, cheia de idealismo e já
aposentada soerguendo-se no que gosta de fazer, sobrepondo-se a quem se propugna a formatar sensibilida-
de com objetivos maiores dos resguardos da mente e do coração: a música, a literatura e o esporte. As Olím-
piadas e as Paralimpíadas mostram a imagem do equilíbrio e da boa conduta, quase sempre abrindo pegadas
para um futuro de boas vitórias vivenciais. Alunos há reverenciando mestres, em todos os setores buscando
uma pátria livre, atualmente, de desenfreadas corridas, ante más trajetórias de desgovernos, mesmo que a
poética do Hino da Independência lembre o poema patriótico: Ou ficar a Pátria livre/Ou morrer pelo Brasil!
OS HINOS DO ESQUECIMENTO
Como há dia para tudo, destacar dias especiais para evocar hinos pátrios “santificados” por repetições
constantes para não se perderem em jatos de grandes propulsões, é didática bem motivada. Mas, para mui-
tos, passam “batidos” tais enunciados de esforçados literatos e músicos objetivando despertar civismo. Faz
diferença entre esse termo e o que, hoje, medrosamente, aqui, grafo: patriotismo. Se aquele é mais abrangen-
te, na visão de um despertar de hábitos e atitudes, “patrioticamente” inseridos nas letras de nossos hinos, tal
sentimento nobre, para certas pessoas e pessoas certas, dissolveu-se na linha do horizonte, lá para os lados
das margens do Ipiranga, de um grito de morte. Tanto esforço para depois, banir a figura indesejável de um
Imperador-Pai, abdicado de uma monarquia, levando tempo para surgir uma República nascida forte e hoje
patinando para um autoritarismo descabido de siglas interesseiras e ambiciosas.
A letra de Medeiros e Albuquerque com música de Leopoldo Miguez do Hino à República como men-
ção honrosa ao vitorioso hino escolhido em concurso, na troca da sempre repetida música de Francisco Ma-
noel com letras variáveis “ensinava” (vejam a colocação do tempo verbal no passado) o destaque do tema de
que aquele seria “um hino de glória que fale/ de esperanças de um novo porvir...” O que se nos apresentam os
dias de hoje, do que um atual regime de desigualdade, de crises escorregadias em toneladas de reais propinas
privilegiando “compadres”? Mas que “os apadrinhados, ” na força tarefa da Lava Jato lavando e esfregando
sem parar, procuram investigar bilhões de desvios de um país profético e abençoado em seus hinos, caindo
no esquecimento ante ambição desmedida e delações premiadas!
Dois outros - o da Independência e o da Bandeira - ecoam em ares brasileiros. Se Pedro I o fez na tarde
de sete de setembro de 1822, musicando-o às pressas, e Evaristo da Veiga caprichou na poética, já anterior-
mente composta para que fosse cantado naquele dia de glória, analisemos a letra: Já podeis, filhos da pátria
mãe gentil... brava gente brasileira/vá pra longe esse temor servil.
Um povo brasileiro clamando pelo banimento do jugo português e que se oferecia em holocausto para
lutar por Independência ou Morte.
Os versos musicados à Bandeira - de Olavo Bilac e Francisco Braga - ecoavam: tua nobre presença/
nos traz à lembrança, a grandeza da pátria! Relíquias de um Brasil, em berço esplêndido! Mesmo evocado na
ordem indireta, modismo da época.
POR QUE TROCARAM O HINO NACIONAL BRASILEIRO?
Assim como há curiosidade em saber quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha, a motivação, nas au-
las de Canto Coral, ao contar sobre o histórico do nosso Hino Nacional, era colocada na sala, interrogando:
quem nasceu primeiro, a letra ou a música do nosso hino? Às vezes, escrevia na lousa o primeiro verso inver-
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