Page 666 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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As serestas, praticadas em Uberaba desde a década de 1920 com o grupo Os Batutas, continuavam
em moda nas décadas de 50 e 60. Os Seresteiros apresentavam um programa semanal na Rádio Difusora,
denominado Coisas que o tempo levou. Os instrumentos mais utilizados eram o violão e a flauta, seguidos
do bandolim, do cavaquinho, do violino e do acordeom.
Em 1968 surgiu o Festival do Chapadão, que chegaria a ter nove edições, com algumas interrupções.
Seu idealizador foi o jovem de 22 anos, Jorge Henrique Prata Soares, conhecido como Pratinha.
Segundo Luiz Neto, ex-prefeito municipal de Uberaba, em momento inspirado, “o Festival do Chapadão
tem a marca inconfundível da alma uberabense”.
O ano de 1967 assinalou uma nova etapa na carreira do excelente conjunto musical uberabense Os
Poligonais, criado em 1966.
Rebatizado pelo empresário carioca Glauco
Pereira com o nome de “Os Mugstones”, alcançou
sucesso sem precedentes, chegando a se exibir em
três temporadas consecutivas (67/68/69) no Cane-
cão do Rio de Janeiro, templo sagrado dos grandes
shows daquela época. Seus discos de vinil, lançados
pela gravadora Polydor em 1967, eram disputados
pela juventude que curtia o rock e aplaudia a Jovem
Guarda na segunda metade da década de 60. Ca-
beludos, com seus saiotes escoceses, bonés e sus-
pensórios, tornaram-se unanimidade nacional rapi-
damente, com discos gravados e expressivo sucesso
nas paradas musicais. A banda era formada pelos
jovens músicos: Laerte (pistom), Bazzani (bateria),
Luizinho (teclado), Luizão (baixo), Pardal (guitarra), Zé
Raul (sax) e Márcio (guitarra-baixo).
As décadas de 1970 e 1980 assinalaram o sur-
gimento de novos conjuntos que iriam agitar o ce-
nário musical uberabense: o Móbile 70, cujo elenco
Conjunto Musical Os Poligonais. Na foto: Laete,
Bazzani, Luizinho, Luizão, Pardal, Zé Raul e Márcio. contava com Andrezinho Novaes, Zé Nilton, Heli Ro-
cha, Gabriel, Jaime de Morais, Gibinha, Urano Silva e
Fonte: Jornal Lavoura e Comércio, 1966
Helvecinho Almeida (baterista), tendo como cantores
Geraldo Barão e Cristina Cabral; Som Especial Sete, formado pelos músicos Januário Marques de Oliveira,
Pão Velho, Cabral, Chumbinho (Olegário Bandeira), Ronaldo Marques de Oliveira (Dinho), José Nilton San-
tos Anjo, Osvaldinho e os cantores Maria Irene (Bianca) e Roberto Rodrigues (Totó) e Banda Prisma, com os
músicos Andrezinho Novaes (teclado), Jorge Bertolini (guitarra), Jorge Zaidan (contrabaixo), Lumumba (sax e
flauta), Osvaldinho (bateria) e os cantores Mara Foroni, Roberto Rodrigues e Marcelo Prado.
O ChoroCultura surgiu no cenário uberabense em 1994, a partir de um espetáculo intitulado Tributo a
Noel Rosa, que reuniu pela primeira vez o grupo numa antológica apresentação no Cine Teatro Vera Cruz.
Contava com os seguintes músicos: Osmar Baroni (pandeiro), Reinaldo De Vito (violão de 7 cordas), José
Gilberto Silva, o Gibinha (bandolim), Fausto Reis (cavaquinho) e Inácio Pinheiro Sobrinho (Pernambuco do
pandeiro). Mais tarde, aderiram ao grupo Geraldo Balduino do Carmo, conhecido pelo apelido de Barão (vo-
calista), Álvaro Augusto Valter (saxofone) e Irene D’Aprile (cantora). Desde então, o grupo construiu uma sólida
carreira em Uberaba, mantendo-se atuante até os dias atuais, embora tenha sofrido duas irreparáveis baixas:
Barão e Reinaldo De Vito.
A Fundação Cultural de Uberaba criou o Coral Cidade de Uberaba em 1992, sob a regência de Rejane
Ferreira de Paiva, que permaneceu à frente do grupo até julho de 1999. A partir de agosto desse mesmo ano,
Marly Gonçalves da Costa assumiu a regência do coral que permanece atuante até os dias atuais.
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