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Daí em diante multiplicaram-se os grupos e atividades teatrais, a ponto de no V Festival 15 Minutos de
Teatro, realizado em junho de 2006, participarem nada menos de 27 (vinte e sete) grupos teatrais da cidade.
Entre esses grupos salientam-se: Grupo de Teatro do SESI (sob a direção de Eduardo Lima); Grupo
Pessoal do Calango (composto e dirigido, por, entre outros, Miguel Jacob Neto); Grupo Todo-Um de Teatro
(liderado por Cássia Magali Batista); Cia. Teatral Bumba Zebuboi (organizada em 1989 pelo ator e diretor Milo
Sabino) e, ainda, Um Saxofone no Trampolim (tendo como principais participantes Carlos Alberto Júnior, Már-
cio Eurípedes, Luciano Henrique e o diretor Aristides Bonfim); Ophicina (organizado e dirigido principalmente
por Márcio Fumazza); Cia. Teatral Universitária (também criada, em 2001, por Milo Sabino); Cia. Âmago de
Teatro (criada em 2001 pelo diretor de artes cênicas Diógenes Marques); Grupo de Teatro Divina Luz (espírita,
formado em 2001 por Eduardo Lima); Grupo de Teatro da Fundação Cultural; Cia. Uno (organizada e dirigida
desde 2007 por Mayron Engel e Rodrigo Chagas); e Cia. Rogê (fundada e dirigida por Emílio Rogê).
No levantamento histórico das atividades teatrais de Uberaba destacam-se os notáveis ensaios de Hil-
debrando Pontes (A Arte Dramática em Uberaba - Teatro São Luís, in Almanaque Uberabense de 1907 - blog
http://almanaqueuberabense.blogspot.com/); e de Mário Edson Ferreira de Andrade (O Teatro em Uberaba
de 1933 a 1968, in Convergência nº 23, de 2011).
A POESIA E A FICÇÃO EM UBERABA
Pelo menos três poetas praticaram a poesia em Uberaba ainda na década de 1820: cônego Antônio
José da Silva (vigário Silva), padre Zeferino e João Joaquim da Silva Guimarães, pai de Bernardo Guimarães.
Depois deles, o padre Manuel Joaquim da Silva Guimarães, irmão de Bernardo Guimarães, coadjutor de
seu tio vigário Silva, escreveu poesias e peças de teatro.
Com o passar do tempo, aumentando a população, diversificando-se as atividades e possibilidades,
fundando-se educandários e a imprensa (1874), novos poetas foram surgindo, bem como compositores e
artistas plásticos.
Assim, destacaram-se ainda no século XIX, conforme indicação de Hildebrando Pontes, entre outros,
os poetas Artur Lobo (que viveu na cidade alguns anos como professor na Escola Normal Oficial), Antônio
Cesário da Silva e Oliveira Júnior (o major Cesário), J. Gaspar da Silva (posteriormente, em Portugal, visconde
de São Boaventura), José Augusto de Paiva Teixeira (Casusa), Aurélio de Araújo Vaz de Melo (também roman-
cista), Élvio de Novais, Garibáldi de Carvalho Melo, Otávio Augusto de Paiva Teixeira (filho de Casusa e pai do
geólogo Glaycon de Paiva) e Lourival Balduíno do Carmo (autor da letra da Marcha do Uberaba Sport).
Outros nomes surgidos em fins do século XIX e inícios do XX: Egídio Andrade, Arlindo Costa e Silva,
Manuel Filipe de Sousa, Atanásio Saltão e Felício Buarque (redator da Revista de Uberaba e autor do livro Fo-
lhas Soltas, de 1906, possivelmente o primeiro livro de poesias editado em Uberaba). Todos eles publicaram
poemas em jornais da época e no Almanaque Uberabense.
PARNASIANISMO E MODERNISMO
Até os fins da década de 1920 predominaram, na poesia, os sonetos de cunho parnasiano. Contudo,
antes do término dessa década, surgiram na imprensa do local artigos de Paulo Rosa e Boulanger Pucci
divulgando o modernismo poético, eclodido em São Paulo em 1922, que, já nas décadas seguintes de 30,
40 e 50, constituíram a tendência dominante com poemas de Paulo Rosa, Quintiliano Jardim, Gabriel Toti,
Válter Campos de Carvalho (o autor de A Lua Vem da Ásia e O Púcaro Búlgaro, entre outros), Santino Gomes
de Matos e Moacir Laterza, estes dois últimos já publicando livros, respectivamente Procissão de Encontros
(1950) e Canto Que Amanhece (1955).
Além deles, vários outros poetas de dicção modernista publicaram livros nas décadas de 1960 e seguin-
tes, a exemplo de Geraldo Miguel (Alvorecer Sem Paz, s/d), Dione de Resende (Semente Enferma, 1963), Leo-
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