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Em 1897, com o assassínio, em Mato Grosso, de João Teodoro Gonçalves de Oliveira, presidente da
Associação desde 1891, e o afastamento de vários de seus diretores, o teatro foi entregue à Câmara Muni-
cipal, que assumiu a responsabilidade por sua direção e administração, operando nele diversas reformas e
melhoramentos.
Nos fins da década de 1920, a teor do texto da lei municipal nº 529, de 08/05/1926, o prédio do teatro
deixou de existir, concedendo-se por ela o terreno a Orlando e Olavo Rodrigues da Cunha para construção
de teatro, inaugurado em maio de 1931 sob a denominação de Cine Theatro São Luís, então um dos mais
modernos do País, que até 1978, quando sofreu grande reforma, destinou-se a apresentações cinematográfi-
cas e eventuais peças montadas por amadores locais ou trazidas por companhias profissionais de São Paulo
e Rio de Janeiro.
A partir desse ano nele somente foram apre-
Superintendência do Arquivo Público de Uberaba ções teatrais transferidas para o cine Vera Cruz.
sentadas sessões de cinema, sendo as representa-
Nos meados da década de 1910, o médico
João Teixeira Álvares promoveu encenações teatrais
de suas peças no teatro que construiu no espaço
existente entre sua residência, na rua Arthur Macha-
do, e o hospital por ele inaugurado em 1905, na rua
João Pinheiro.
Em 1933, por iniciativa do compositor e ma-
estro Renato Frateschi, foi fundado o Grupo Dramá-
tico Arthur Azevedo que até 1936 encenou mais de
vinte peças nos palcos do Cine Theatro São Luís, na
Casa do Rosário (da Igreja São Domingos) e no Cine
Theatro Royal, este situado na praça Comendador
Quintino, em prédio até hoje existente.
Ainda na década de 1930, Alexandre Dessen
Orsolini (Filhinho) e Orlando Nascimento (Terenço)
deram continuidade ao teatro em Uberaba, consti-
tuindo o Grupo Coelho Neto, denominação altera-
da para Teatro de Brinquedo, agremiação que durou
Cine Teatro São Luis. 1930
aproximadamente vinte anos.
Em 1949 a União Estudantil Uberabense criou o Teatro do Estudante, revitalizado em 1954.
A década de 1950 apresentou o Grupo Luís Braille, criado e dirigido por Odilon Fernandes e Dalva Guido
Fernandes no Instituto de Cegos do Brasil Central. Além dele, foi organizado o importante e atuante Núcleo
Artístico e Cultural da Juventude, dirigido por Eleusa Fonseca e Reinaldo Domingos Ferreira, apresentando
selecionado repertório.
Os anos 60 ficaram marcados pelo surgimento e atuação do Núcleo Artístico de Teatro Amador (NATA),
do Teatro Experimental de Uberaba (TEU), onde pontificaram, respectivamente, Deusedino Martins e Maurilo
de Morais e Castro, do Núcleo Universitário Teatral Uberabense (NUTU), fundado por Hildo Nunes Lourenço
e Paulo Silva, e, ainda, do Teatro de Grupo, bem como pela realização do I Festival do Chapadão de Teatro,
organizado e dirigido por Jorge Henrique Prata Soares e pelas promoções teatrais do Jockey Clube de Ube-
raba, por iniciativa de seu então vice-presidente, José Sexto Batista de Andrade.
Na década de 1970 destacaram-se as encenações de peças infantis pelo ator, diretor e produtor teatral
Aldo Roberto e a fundação, em 1975, do Grupo Raiz por, entre outros, o artista plástico Hélio Siqueira.
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