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UBERABA NA GUERRA DO PARAGUAI
(1864 a 1870)
Marta Zednik Casanova
A Guerra do Paraguai ou Guerra da Tríplice Aliança foi o maior conflito armado internacional ocorrido
no sul do continente americano, no período de dezembro de 1864 a março de 1870. Envolveu quatro países
– Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Alguns historiadores consideram também a participação indireta da
Inglaterra, que pretendia defender os seus interesses econômicos na região.
Para entender a Guerra do Paraguai é preciso conhecer o universo do Paraguai antes da guerra. O
governo do Paraguai atravessava uma fase de prosperidade econômica e controlava todo o comércio exte-
rior. O mate, o fumo e as madeiras raras, exportados, mantinham a balança comercial com saldo positivo. O
Paraguai não fazia empréstimo no exterior e adotava uma política protecionista, isto é, evitava a entrada de
produtos estrangeiros, por meio de impostos elevados. Defendia o mercado interno para a pequena indústria
nacional, que começava a se desenvolver com base no fortalecimento da produção agrícola. Possivelmente,
tal postura desagradou o imperialismo britânico do século XIX. As causas que provocaram a Guerra do Para-
guai é uma somatória de fatos como a insatisfação da Inglaterra imperialista com o crescimento econômico
do Paraguai e a política expansionista de Solano Lopez que provocou os conflitos com os países fronteiriços:
Brasil, Uruguai e Argentina.
A situação da América do Sul se complicou quando Francisco Solano López assumiu a presidência do
Paraguai em 1862. O país já tinha conquistado um desenvolvimento e para Solano Lopez restava construir
uma saída livre para o mar. Tal objetivo só seria possível através dos rios Paraguai, Paraná e Prata. Para isso,
implantou uma política expansionista para também ampliar o território paraguaio, dominando territórios vizi-
nhos e conquistar o porto de Montevidéu no Uruguai e ter acesso ao Oceano Atlântico.
O conflito teve início quando as relações entre o Brasil e o Uruguai chegaram a um ponto crítico, de-
vido a constantes choques fronteiriços entre estancieiros uruguaios e rio-grandenses. O início do conflito
ocorreu em 1864 quando o Brasil organizou tropas e invadiu o Uruguai e depôs o governo uruguaio do di-
tador Aguirre, líder do Partido Blanco e aliado de Solano López. Este se opôs à invasão brasileira do Uruguai,
porque contrariava seus interesses. O estopim para a guerra aconteceu quando o navio brasileiro Marquês
de Olinda foi apreendido em 12/11/1864 pelo governo paraguaio. A essa altura, Argentina, Brasil e Uruguai já
tinham motivos suficientes para unir suas forças contra a ameaça do Paraguai.
Consequentemente, Solano López invadiu a província de Mato Grosso, tomando Nova Coimbra e Dou-
rados e logo depois a província argentina de Corrientes, visando chegar a seus aliados uruguaios.
Em 18 de março de 1865, o Paraguai declarava guerra à Argentina. Em maio de 1865, o Paraguai tam-
bém fez várias incursões armadas em território argentino, com o objetivo de conquistar o Rio Grande do Sul.
O Uruguai era governado por Venâncio Flores, que se solidarizou com o Brasil e a Argentina.
Contra as pretensões do governo paraguaio, o Brasil, a Argentina e o Uruguai reagiram e firmaram o
acordo militar chamado Tríplice Aliança, que foi assinado em 01/05/1865, com auxílio e apoio da Inglaterra.
A primeira reação brasileira foi enviar uma expedição para combater os invasores em Mato Grosso,
embora o Exército não tivesse ainda uma organização bem estruturada. As tropas utilizadas até então nas
intervenções feitas na “Região do Prata” eram constituídas basicamente pelos contingentes armados de che-
fes políticos gaúchos e por alguns efetivos da Guarda Nacional. A infantaria brasileira que lutou na Guerra do
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