Page 250 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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Coerente com o seu papel, as universidades uberabenses sempre procuraram soluções para debelar os
males que afligem a sociedade (Jornal da Manhã, 27 de novembro de 1992).
Outro importante cientista uberabense foi Aluízio Prata. Filho de fazendeiros, fez seus estudos básicos
no Colégio Diocesano Marista, em Uberaba. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio
Universitário antes de ingressar no curso de Medicina, da antiga Universidade do Brasil, em 1939. Concluído o
curso em 1945, Prata, se dedicou, em um curto período de tempo, à medicina e logo depois ingressou como
oficial médico da Marinha. Acabou sendo transferido para uma unidade médica em Corumbá, no Mato Gros-
so, onde publicou seus primeiros trabalhos. Em 1952, assumiu o cargo de Vice-Diretor do Hospital Naval, em
Salvador. Até 1957, publicou diversos trabalhos originais sobre calazar, esquistossomose e outras endemias.
Em sua homenagem, Coura falou ainda sobre as três grandes escolas que Aluízio Prata formou: uma
escola de tropicalistas na Bahia; outra em Brasília, quando fundou o Núcleo de Medicina Tropical, na Univer-
sidade de Brasília e, por último, em Uberaba, no Triangulo Mineiro, onde criou um curso de Pós-Graduação.
Aluízio Prata que tomou posse na Academia Nacional de Medicina (ANM), em 25 de junho de 1996, e
na Academia Brasileira de Ciências (ABC), em 03 de junho de 2002, mesmo mês de seu nascimento quando
completava 82 anos. Ele foi autor de mais de 300 trabalhos científicos, sete livros e recebeu em vida mais de
50 homenagens até o seu falecimento, em 2011, aos 91 anos.
O reconhecimento de seu valor é atestado pelos cargos que ocupou nos organismos como Organiza-
ção Mundial de Saúde e Organização Panamericana de Saúde.
Outro ramo em que nossa cidade se destaca é no da Patologia Tropical. A fundação da Faculdade de
Medicina do Triângulo Mineiro em 1954 propiciou a vinda para Uberaba de Edmundo Chapadeiro, então
professor da Universidade Federal de Minas Gerais, onde havia sido discípulo de um dos maiores patologistas
que nosso país teve, Luigi Bogliolo, renomado pesquisador italiano, que se radicara em Belo Horizonte na
década de 40.
Chapadeiro formou em Uberaba excelente centro de patologia, formando uma grande escola cuja
linha de pesquisa fundamental é na Doença de Chagas. Seu trabalho foi tão proveitoso que o único centro
de Pós-graduação “senso stricto”, que até o ano de 1991 havia no interior de Minas Gerais, era o Curso de
Pós-graduação em Patologia Humana da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, hoje classificado no
MEC como classe A.
Chapadeiro e seus discípulos Edison Reis Lopes, Fausto Pereira, Hipólito Almeida, Sheila Adad, Sebastião
Tostes Jr, Vicente de Paula Antunes, Ademir Rocha, e outros, produziram especialmente no campo da mor-
te súbita e da forma indeterminada da doença de Chagas, trabalhos fundamentais e básicos para o melhor
conhecimento da enfermidade.
No setor hematológico, Hélio Moraes de Souza e sua equipe, também realizam pesquisas básicas em
relação a transfusões de sangue e doença de Chagas. Desnecessário frisar o pioneirismo e a importância
dos estudos de Humberto de Oliveira Ferreira no conhecimento da fase aguda da tripanossomíase cruzi e na
terapêutica da endemia e Ruben Jacomo nos aspectos laboratoriais da doença.
Vários nomes ainda devem ser lembrados por suas contribuições na pesquisa das Doenças Tropicais,
especialmente na Doença de Chagas: Fausto da Cunha Oliveira, Adib Jatene, Valdemar Hial, Luiz Ramirez,
Eliane Lages Silva, Virmondes Rodrigues Jr, Jaime Olavo Marques, Maria Aparecida Enes Barros, Lineu Miziara,
Sylvio Pontes Prata, Antônio Carlos Meneses e outros mais.
SAÚDE BUCAL
Em relação à situação odontológica, Uberaba foi considerada em 2019 a primeira cidade de Minas Ge-
rais em saúde bucal e, por isso, foi contemplada com a premiação nacional do Conselho Federal de Odonto-
logia em Brasília, no dia 27 de novembro. O prêmio foi recebido pelo secretário de saúde de Uberaba, Iraci de
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