Page 221 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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Outros cargos públicos foram exercidos por Araújo, próprio de um período em que era grande a falta
               de funcionários públicos e pessoas qualificadas para o exercício dessas funções. Deste modo, Antônio Elói
               foi juiz de paz e substituto do juiz municipal de órfãos em Uberaba. Em 1859, foi eleito deputado para a As-
               sembleia Legislativa Provincial. Foi condecorado com a comenda da Ordem de Cristo, em 1857. Em 1868, foi
               nomeado oficial da Ordem da Rosa e, em 1879, foi agraciado com o título de barão de Ponte Alta. Segundo
               afirma Sampaio, “jamais outro cidadão obteve posição social elevada em Uberaba e Triângulo Mineiro, como
               o barão de Ponte Alta” (SAMPAIO, 1971, p. 273).

                     Resta concluir que o barão de Ponte Alta era membro das elites dirigentes no Sertão da Farinha Podre
               durante o Brasil imperial e, porque não dizer, republicano, pois faleceu em sua fazenda, em 1903. É interes-
               sante lembrar que o barão de Ponte Alta, assim como seu pai, o cônego Hermógenes, e seu cunhado, An-
               tônio Borges Sampaio, faziam parte da mesma família e habitavam a mesma região, sendo que “ [...] ambos
               fazem parte de uma mesma rede de relações familiares e de favorecimento e compartilham o mesmo desejo
               por ascensão social e participação política. Os três beneficiaram-se também de uma mesma trama familiar a
               partir da qual projetaram sua inserção nas bases do Estado imperial [...]” (LUZ, 2008, p. 78).
                     Ao projetarem sua inserção nas bases do Estado imperial brasileiro, a partir do Sertão da Farinha Podre, o
               pai, o filho e o português, tiveram lugar de destaque na estrutura política local. A participação, especialmente,
               do pai e do filho na política mineira do século XIX “se deu tanto em sua respectiva região, como membros do
               legislativo municipal, quanto na província enquanto deputados provinciais” (LUZ, 2008, p. 84).




























































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