Page 225 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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No início do século XX até o ano de 1930 não havia sido construída uma rede de água potável para a
               população e os poucos distribuidores particulares forneciam água a um preço abusivo.

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                                       Córrego das Lages. Trecho da atual Avenida Leopoldino de Oliveira. Ano 1918
                     Esse período coincidiu com a política de higienização instituída no começo do governo republicano. As
               precárias condições sanitárias da cidade justificariam a expansão do aparelho oficial de fiscalização higiênica.
               A remodelação do Serviço Sanitário deu-se ainda em 1892, seguida pela edição do Código Sanitário de 1894
               e as normas de 1896 e 1906, culminando o reaparelhamento dos dispositivos de fiscalização com a reforma
               do próprio Código Federal, aprovado em 1911, que definiu como sendo dos municípios a competência de
               adequação sanitária das habitações. Quer do ponto de vista social, quer sanitário, a higiene domiciliar passou
               a merecer detido exame dos poderes públicos.

                     O crescimento econômico da cidade, em 1922, em sintonia com tendências europeias de pressupos-
               tos de civilização e organização urbana, levou a administração municipal a elaborar o projeto de Saneamento,
               Planta e Expansão de Uberaba, aprovado por meio da Lei Municipal nº 467. Tal projeto foi elaborado pelo
               engenheiro Saturnino de Brito e previa: a instalação da rede de esgotos; a captação de água do rio Uberaba
               e a expansão, embelezamento e alinhamentos obrigatórios para áreas não edificadas na cidade. A realização
               do projeto de Saturnino de Brito interferiria diretamente nos córregos da cidade, o que os tornaria excelen-
               tes fatores para o saneamento, funcionando como drenos naturais, coletores de águas pluviais, ao mesmo
               tempo, embelezando a cidade.
                     O projeto previa a utilização das águas do rio Uberaba para o abastecimento da cidade. A rede de
               distribuição projetada se estenderia por mais de 60 quilômetros de condutos distribuidores nas ruas, com a
               finalidade de abastecimento das residências. Os tubos adotados no projeto foram os de ferro fundido, devido
               ao menor peso, maior cumprimento útil e a grande resistência às quebras no transporte, em decorrência da
               grande distância a ser percorrida desde o porto de Santos.
                     Pelo projeto aprovado, as águas pluviais cairiam direto nos quatro cursos que cortam a cidade. Esses
               cursos seriam convenientemente unificados na zona urbana, tornando-se os principais coletores no esque-



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