Page 449 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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INSTITUTO ZOOTÉCNICO,

                      FAZENDA MODELO, APRENDIZADO


                             AGRÍCOLA BORGES SAMPAIO,

                                   FAZENDA EXPERIMENTAL

                                GETÚLIO VARGAS / EPAMIG


                                                                                                João Eurípedes de Araújo
                                                                                                         Luciana Maluf
                                                                                          Luiz Henrique Caetano Cellurale


                     No Brasil, a preocupação em formar trabalhadores para o setor agropecuário começou no século XIX,
               mas só se efetivou na primeira década do século XX. Em 1906 foram registradas varias ações governamentais
               para a implantação da política nacional, para os assuntos relativos à agricultura e para a formação do traba-
               lhador do campo.
                     O decreto nº 1.606, de 29 de dezembro de 1906, criou o Ministério dos Negócios da Agricultura, In-
               dústria e Comércio, na gestão de Affonso Augusto Moreira Penna, presidente do Brasil. Em Minas Gerais, a
               partir de 1906, durante a presidência do governo de João Pinheiro, iniciou-se a criação de fazendas-modelo.

                     Alguns fatos contribuiriam para que a instalação de uma escola agropecuária em Uberaba se efetivasse.
               Após a Proclamação da República, a Câmara Legislativa Estadual se empenhou em reorganizar o sistema
               educacional seguindo os objetivos do governo republicano. A autoridade ansiava por desenvolvimento e,
               assim, estimulou o aprimoramento do ensino, a erradicação do analfabetismo e o desenvolvimento de ativi-
               dades ligadas à pesquisa. Em dezembro de 1889 foi sancionada lei provincial criando cinco escolas agrícolas
               em Minas Gerais (Lavoura e Comércio, 24 de janeiro de 1943).
                     Em três de agosto de 1892, o projeto de lei, contendo a Emenda 217, transformou-se na Lei 41, promul-
               gada pelo governo do Estado, que criou o Instituto Zootécnico de Uberaba, além de outros dois em Itabira
               e Campanha. A Lei 41, que culminou na abertura de várias escolas em 1894, regulamentou o ensino público
               nos níveis primário, elementar, secundário, técnico e superior em Minas Gerais.

                     Outro fato importante foi a chegada a Uberaba do professor e agrônomo Alexandre Barbosa, de Tabo-
               leiro Grande, município de Sete Lagoas-MG, em 1882. Barbosa foi aprovado em concurso público, em Ouro
               Preto, para lecionar na primeira Escola Normal da cidade. Intelectual, culto e idealista, dedicou boa parte da
               vida às lutas sociais. Em 1890 foi eleito deputado estadual.

                     A emenda apresentada por Barbosa atendeu o interesse dos produtores e criadores que visavam au-
               mento dos lucros e estavam cientes da necessidade de atuação de profissionais da área e anseios do governo
               para modernização do País.

                     Em 1892, a autoridade provincial solicitou da Câmara de Uberaba a aquisição de área para a instalação
               da instituição educacional, informando que o imóvel deveria possuir características que contribuíssem na
               formação teórica e prática dos futuros alunos. Para iniciar os trabalhos, o engenheiro da 4ª Circunscrição
               Literária, órgão do Estado, João Pandiá Calógeras, foi encarregado de realizar um estudo das fazendas nos
               arredores da cidade, que oferecessem características necessárias para a implantação da escola. Calógeras foi
               importante intelectual brasileiro e nomeado engenheiro da província  de Minas em 1891.

                     Em oito de outubro de 1891, na Câmara dos Deputados do estado de Minas Gerais, Alexandre Barbosa,
               em parceria com outros deputados, apresentou uma emenda ao projeto que criava a instalação do Instituto



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