Page 360 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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Depois da desativação, o antigo prédio da Estação, foi sugerido, pelos vereadores, para ser sede de um
grupo escolar. No entanto, foi posteriormente demolido e no local construída a Estação Rodoviária.
ESTRADA DE FERRO MOGIANA
A Estrada de Ferro Mogiana surgiu para atender os interesses dos cafeicultores paulistas, que lançaram
uma linha férrea até atingir o porto de Jaguara, localizado na divisa dos estados de Minas Gerais e de São
Paulo. No entanto, antes de contemplar Uberaba, um embate entre políticos dos dois estados retardou a che-
gada dos trilhos. Desde o ano de 1881, o nome de Uberaba figurava em um decreto imperial que autorizava
a benfeitoria.
Na verdade, a Mogiana teve que enfrentar e vencer três grupos de interesses divergentes: em primeiro
lugar, o deputado Montandon, do Parlamento Geral, em 1882, era contrario à concessão da linha férrea para
uma empresa paulista, que lucraria muito com o transporte de produtos mineiros. Para ele, a linha férrea de-
veria seguir o trajeto no interior da Província Mineira, passando por Três Corações/MG e Santa Rita do Porto,
até chegar à Corte, numa linha férrea conhecida como Estrada de Ferro Rio Verde, subsidiada pelo governo
de Minas Gerais. Dessa forma, as mercadorias mineiras não seriam transportadas por uma empresa paulista,
mas subsidiadas pela própria província de Minas.
Outro grupo era formado por uberabenses ilustres e milionários, que desejavam construir uma estrada
de ferro às próprias expensas. O barão de Ponte Alta (Antônio Eloy Cassimiro de Araújo), João Borges de
Araujo e José Severino Soares requeriam a construção de uma ferrovia e privilégio para uso e gozo, por 50
anos. Eles desejavam realizar um projeto modernizador do sertão. Teriam vantagens porque dispensariam os
subsídios do governo.
Superintendência do Arquivo Público de Uberaba
Jornal O Waggon, 5 de fevereiro de 1884
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