Page 356 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
P. 356
Os carros de bois responderam prontamente às exigências da conjuntura econômica e iniciaram via-
gens de longo curso. Eram presenças constantes nas estradas salineiras, enfrentando dificuldades nas traves-
sias dos grandes rios Paranaíba e Grande, bem como nos dias chuvosos. Os carreiros intensificando e diver-
sificando suas atividades não excluíram os tropeiros das estradas. Dividiam entre si, os transportes regionais:
aos tropeiros se reservavam os fretes nobres e aos carreiros, as viagens de porta (abastecimento alimentar
aos centros urbanos provinciais, a partir dos produtos agrícolas próximos daqueles centros). (MARQUEZ, p.34)
Na cidade, era comum o transporte em carrocinhas puxadas por bodes conhecida como trolis, para a
entrega de mercadorias como leite e pão, além de malas postais que eram levadas do correio até a estação
da Mogiana (TOTI p.68). No ano 1928 havia cento e 6 caminhões trezentos, 50 carroças, 30 charretes e ape-
nas um carro de boi cadastrados na Câmara Municipal.
Autor não identificado / Superintendência do Arquivo Público de Uberaba
Condutor de gêneros em Uberaba. Ano 1894.
O jornal da Manhã de 19 de janeiro de 1978
publicou uma matéria sobre a antiga Caieira São
José. Consta, no artigo, relato feito pelo Sr. José
Toubes Barca, imigrante espanhol: “na década de Superintendência do Arquivo Público de Uberaba
1920, era constante o movimento dos carroções.
Um carroção era conduzido por uma junta de 12
a 14 bois, puxando cerca de 8.000 quilos de cal.
A cal era conduzida até a Estação de Peirópolis e
seguia, então, de trem, para as cidades do Estado
de São Paulo”.
Velho carro de boi no interior de uma antiga caieira, em Peirópolis.
Década de 1990
354