Page 26 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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Gabriel Toti apoiou e compartilhou da fundação de inúmeras entidades de classe, clubes sociais e ins-
tituições culturais. Entre elas, o Jockey Club de Uberaba, do qual foi primeiro secretário na diretoria presidida
por Alceu de Miranda, eleito em março de 1918, quando o clube, anteriormente denominado Sport Club,
fundado em 01 de janeiro de 1901, passou a se chamar Jockey Club de Uberaba.
Foi um dos fundadores, em 16 de dezembro de 1923, da Associação Comercial e Industrial de Uberaba.
Foi membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, ocupando a cadeira 34, que tem como patrono o
primeiro bispo de Uberaba, dom Eduardo Duarte Silva. Foi, ainda, sócio correspondente dos Institutos Histó-
ricos e Geográficos de Minas Gerais e São Paulo.
Na área cultural, Gabriel Toti dedicou-se à literatura, arquitetura e música. Na arquitetura, expressou
grande facilidade, assinando projetos na cidade, entre eles sua residência na Rua Artur Machado. Na literatura,
escreveu diversos sonetos, alguns dedicados à sua esposa. Escreveu poemas de inclinação modernista, pu-
blicados em Poetas do Triângulo Mineiro - Antologia, editada em 1976 pela Academia de Letras do Triângulo
Mineiro. Entre eles, sua mais divulgada produção no gênero, o poema de fundo nostálgico Uberaba de Uma
Vez, escrito em 1939. Da mesma natureza é o poema Alto dos Estados Unidos, também incluído na referida
antologia.
Como compositor foi autor da partitura do Hino de Uberaba, com letra do jornalista Ari de Oliveira. A
partitura e letra desse hino foram publicadas, entre outros lugares, no Álbum de Uberaba, editado por Toti em
1956.
Gabriel Toti era um grande pesquisador da história de Uberaba, deixando registrados artigos e ensaios,
entre eles: Homens Que Ajudaram Uberaba a Crescer, A Música em Uberaba, A Medicina em Uberaba e
Histórico das Igrejas de Uberaba e Ruas de Uberaba. Outros artigos e ensaios compuseram as duas edições
do Álbum de Uberaba, que Toti organizou e editou, respectivamente, por ocasião do centenário, em 1936, da
elevação do então arraial à vila (município) e na oportunidade dos cem anos, em 1956, de elevação da vila à
categoria de cidade.
Articulou o tombamento da igreja de Santa Rita junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan), sediado no Rio de Janeiro. O Conselho Consultivo do Iphan, em sessão extraordinária, de-
feriu o requerimento de Toti e a Igreja de Santa Rita foi inscrita no Livro do Tombo mediante o decreto-lei nº
25, de 30 de novembro de 1937.
Gabriel Toti faleceu em Uberaba no ano de 1967, contribuindo significativamente para o registro da
história desta cidade.
José Mendonça
José Mendonça nasceu em 19 de março de 1904, na Ladeira Brasil, hoje Rua Segismundo Mendes, em
Uberaba. Realizou seus primeiros estudos na escola do professor Joaquim Flávio de Lima, na Praça Comen-
dador Quintino; no Grupo Brasil e concluiu o curso primário na escola de D. Maria Áurea de Faria.
Em 1913 foi estudar no Ginásio Diocesano e em 1920 e 1921 estudou em São Paulo, no Ginásio Osvaldo
Cruz, onde se preparou para o ensino superior. Em 1922 matriculou-se na Faculdade de Direito da Universi-
dade do Rio de Janeiro, concluindo o curso em 1926. Iniciou a advocacia na cidade do Prata (MG) até 1930.
Em seguida, transferiu-se para Uberaba e advogou até 1968, onde atuou como advogado e jurista, professor,
historiador, memorialista, jornalista, crítico literário, escritor, político, músico e servidor da comunidade. Exer-
ceu o magistério na Escola Normal e na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Santo Tomás de Aquino e
na Faculdade de Direito do Triângulo Mineiro, lecionando várias disciplinas: direito civil, literatura, língua por-
tuguesa, história antiga e medieval.
Presidiu a 14ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil.
Foi sócio fundador da Academia de Letras do Triângulo Mineiro e na Faculdade de Direito quase sempre
era o representante da turma no diretório acadêmico.
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