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união deve ocorrer em todos os momentos, não só na hora do campeonato. Durante o
campeonato, todos se juntam, uns doam de um jeito, outros doam de outro e por aí
vai, mas essa doação deve ocorrer o ano todo.
O Bolão, filho do dono da Rádio Sete Colinas, é uma pessoa boa demais. Contudo,
devido a problemas de saúde anda um pouco afastado. O pai dele, até o ano passado
ajudava muito de todas as formas. A família toda ajudou muito.
Lei Pelé
Com a aprovação da lei Pelé, o futebol mudou muito porque, no passado, os clubes
pequenos formavam os jogadores e, de vez em quando, vendiam o passe para administrar
o clube e quitar a folha de pagamento dos jogadores, além de outros encargos. Com essa
lei, houve uma mudança de mentalidade e os diretores de clubes pequenos, como o Na-
cional, deixaram de formar jogadores e passaram a contratar os atletas apenas para a dis-
puta das competições. Assim, gastam mais dinheiro e depois, na sequência, como ficam?
Os times que apostam nas categorias de base, com estrutura modesta, mas que apos-
tam nos jovens valores estão progredindo e subindo, degrau a degrau. Agora, as equipes
que têm a mentalidade de montar um time em cima da hora, com jogadores já rodados,
não conseguem crescer porque eles simplesmente vêm, jogam, ganham o seu salário, mas
não têm identidade nenhuma com o clube. Assim acontece com muitos jogadores que,
sem essa identidade, lutam, correm, ganham dinheiro e, quando acaba o contrato, no
outro dia vestem a camisa do rival... Eles simplesmente estão defendendo apenas o lado
profissional. Por isso, o futebol caiu muito no interior.
Tenho trabalhado nas categorias de base. Com isso, há muitos jogadores que partici-
pam aqui na cidade do campeonato amador, que se tornou muito forte graças ao traba-
lho feito aqui. Investimos muito na base em 1999, 2000. Disputamos o Campeonato
Mineiro de Juniores. Deixamos uma relação de grandes jogadores. Um deles foi negocia-
do com o Atlético Mineiro, o Everton; depois o Pelezinho, vendido para o Cruzeiro; e o
Esquerdinha foi para o Atlético do Paraná e depois para o Corinthians.
No ano passado formamos um grande time de juniores, com uma campanha vitorio-
sa. Na equipe havia bons jogadores. Desse grupo, seis jogadores subiram para a equipe
principal do Nacional, que disputou o campeonato da Série C da segunda divisão do
Mineiro de 2015. Mas, por essa falta de sequência, os jogadores com idade entre 17 e 18
anos foram buscar alternativas, pois nessa fase, sem contrato, eles ficam sem receber salá-
rios. Isso faz com que na competição do ano seguinte, geralmente no meio do ano, esses
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