Page 140 - Revista Memorias_Nacional F C
P. 140

união deve ocorrer em todos os momentos, não só na hora do campeonato. Durante o
               campeonato, todos se juntam, uns doam de um jeito, outros doam de outro e por aí
               vai, mas essa doação deve ocorrer o ano todo.

                   O Bolão, filho do dono da Rádio Sete Colinas, é uma pessoa boa demais. Contudo,
               devido a problemas de saúde anda um pouco afastado. O pai dele, até o ano passado

               ajudava muito de todas as formas. A família toda ajudou muito.

                                                      Lei Pelé

                   Com a aprovação da lei Pelé, o futebol mudou muito porque, no passado, os clubes
               pequenos formavam os jogadores e, de vez em quando, vendiam o passe para administrar
               o clube e quitar a folha de pagamento dos jogadores, além de outros encargos. Com essa

               lei, houve uma mudança de mentalidade e os diretores de clubes pequenos, como o Na-
               cional, deixaram de formar jogadores e passaram a contratar os atletas apenas para a dis-
               puta das competições. Assim, gastam mais dinheiro e depois, na sequência, como ficam?

                   Os times que apostam nas categorias de base, com estrutura modesta, mas que apos-
               tam nos jovens valores estão progredindo e subindo, degrau a degrau. Agora, as equipes

               que têm a mentalidade de montar um time em cima da hora, com jogadores já rodados,
               não conseguem crescer porque eles simplesmente vêm, jogam, ganham o seu salário, mas
               não têm identidade nenhuma com o clube. Assim acontece com muitos jogadores que,

               sem essa identidade, lutam, correm, ganham dinheiro e, quando acaba o contrato, no
               outro dia vestem a camisa do rival... Eles simplesmente estão defendendo apenas o lado

               profissional. Por isso, o futebol caiu muito no interior.
                   Tenho trabalhado nas categorias de base. Com isso, há muitos jogadores que partici-
               pam aqui na cidade do campeonato amador, que se tornou muito forte graças ao traba-

               lho feito aqui. Investimos muito na base em 1999, 2000. Disputamos o Campeonato
               Mineiro de Juniores. Deixamos uma relação de grandes jogadores. Um deles foi negocia-
               do com o Atlético Mineiro, o Everton; depois o Pelezinho, vendido para o Cruzeiro; e o

               Esquerdinha foi para o Atlético do Paraná e depois para o Corinthians.
                   No ano passado formamos um grande time de juniores, com uma campanha vitorio-
               sa. Na equipe havia bons jogadores. Desse grupo, seis jogadores subiram para a equipe

               principal do Nacional, que disputou o campeonato da Série C da segunda divisão do
               Mineiro de 2015. Mas, por essa falta de sequência, os jogadores com idade entre 17 e 18

               anos foram buscar alternativas, pois nessa fase, sem contrato, eles ficam sem receber salá-
               rios. Isso faz com que na competição do ano seguinte, geralmente no meio do ano, esses



               138
   135   136   137   138   139   140   141   142   143   144   145