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de atletas que vieram da base e subiram para o time principal. O Nacional Futebol
Clube. também trazia muitos jogadores de fora. Chegou a apresentar jogadores do
Peñarol de Montevideo para jogar no time, como é o caso do Canjerê. Trouxe também
o Da Silva, que jogava no Corinthians. Trouxe o Wilson Neri, que jogou no São Pau-
lo. Trouxe Moscatel. Trouxe Silvinho, que jogou no Vasco da Gama. Trouxe Possas, do
Juventus, e muitos jogadores que vieram do Botafogo de Ribeirão Preto. Na época, o
Nacional tinha uma estrutura financeira muito boa.
Rivalidade: Uberaba Sport e Nacional
Eu acredito que a torcida nacionalista era mais fanática do que atualmente. Os
campos realmente lotavam. Em algumas partidas o estádio enchia tanto que não cabia
mais torcedores. Era um fanatismo muito grande, principalmente na Rua Tristão de
Castro.
Na época, se o torcedor do Uberaba Sport entrasse em algum bar da Rua Tristão de
Castro com a camisa vermelha, para consumir qualquer coisa, não era servido, porque
ali era o reduto do Nacional.
No período em que eu jogava, o Nacional possuía um grupo de diretores que mo-
ravam e trabalhavam na Rua Tristão de Castro, como: o Fued Hueb, um baluarte do
Nacional; o irmão dele, o Fauze; Dr. Sultan Mattar; Dr. João Hercos; Dr. Newton
Ronaldo da Cunha Prata; Garibaldi Adriano. Eram baluartes. Enquanto um saía,
o outro assumia. Um dos maiores presidentes que eu já vi em termos de organização
chamava-se Sarki Mercen Gazei. O homem era um “crânio” para administrar um
time de futebol. Ele era um gênio. Ele faleceu numa piscina do Banco do Brasil. Teve
um infarto.
Naquele tempo qualquer jogador queria vir para o Nacional porque recebia por
quinzena. Os outros times demoravam dois a três meses para fazer o pagamento. Aqui
nós recebíamos por quinzena, de tão organizado que o clube era.
Torcida do Nacional Futebol Clube
Estádio João Guido – Uberabão.
Foto: Acervo de Wilson Madeira
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