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Lei Pelé
Times pequenos, como o Nacional e o Ube-
raba, deveriam dar apoio aos departamentos de
base. Hoje, o time pequeno não consegue mais Foto: Saul Mendes
trazer ninguém, porque qualquer “jogadorzi-
nho” mais ou menos, está valendo uma fortuna.
Então, necessita do apoio dos times de base. Para
haver esse apoio, deve ocorrer uma mudança na
Lei Pelé. Atualmente, um clube prepara um
garoto de treze ou catorze anos. Ele apenas se
tornará jogador aos 18 anos de idade e, depois
disso, estará livre para ir para qualquer time,
porque a lei permite isso. Precisa haver alguma
modificação. O jogador pode sair mais tarde, Tinoco
principalmente para fora do País. Hoje se vê
por aí, no Exterior, muitos jogadores que começaram nas bases dos clubes brasileiros,
não chegaram nem a jogar como titulares e já foram embora.
Eu penso também que qualquer garotinho acha que ser jogador de futebol é ganhar
dinheiro porque ouve e vê isso na imprensa. Mas, em primeiro lugar, é preciso que o
jogador tenha muita responsabilidade e se dedique ao futebol, como deve ser em toda
a profissão. Caso queira ser jogador, o futuro atleta deve se cuidar, dormir cedo e levar
uma vida regrada. Os jovens atualmente parecem que não querem isso. Muitos gostam
de balada, bebidas e não levam nada a sério. Se o jogador não se dedicar profunda-
mente ao futebol, se não levar uma vida regrada mesmo, não vai dar certo.
Futuro
Atualmente estamos sofrendo. No ano passado, “ficamos nadando, nadando e mor-
remos na praia”. Na hora de subir, não subimos. Vamos ver neste ano se conseguimos
subir para a segunda. Vamos ver se o Nacional volta a ser o Nacional de antigamente,
com bastante prestígio, com boas equipes, quando a torcida fazia questão de assistir
ao futebol. Tomara que isso aconteça agora. O passado não se pode esquecer, porque
restaura as coisas do futuro.
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