Page 303 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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A Escola nada tinha de anormal. Em março de 1935 o Jornal do Brasil, do Rio de
                                          Janeiro, publicou o parecer do Conselho Nacional de Ensino opinando pela cassação
                                          da fiscalização  federal da Escola de Farmácia  e Odontologia.  Este parecer não foi
                                          homologado pelo Sr. Ministro. Mesmo assim a Diretoria da Escola não descuidou e
                                          tomou as necessárias providências a fim de se resolver satisfatoriamente a situação
                                          gerada pela entrega do relatório do Dr.Jurandir Lodi, ao Conselho Nacional de
                                          Educação, relatório este apresentado sem a defesa feita pelo Sr. fiscal desta Escola, Dr.
                                          Carlos Moraes.
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                     Os componentes da Congregação Escolar entraram em discussão e decidiram fazer um apelo aos alu-
               nos para que estes dessem um voto de confiança e apoio à Direção da Escola, retornando às aulas. Informa-
               ram que todas as providências seriam tomadas para regularizar a situação. A partir disso, os alunos voltaram
               às aulas.

                     Em 1935 não houve exames para o ingresso na Escola, apenas revalidação das matrículas de 1934.

                                               Francisco Mineiro Lacerda era médico, que administrou com eficiência, competência
                                               e lisura a Escola de Farmácia e Odontologia..
                                               Quando viajou para o Rio de Janeiro passou a responder pela administração da
                                               Escola, o seu genro Vitório Guaraciaba. A partir disso, houve denúncias sobre a
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                                               venda de diplomas
                     Durante a existência da Escola de Farmácia e Odontologia foram diplomadas cinco turmas.
                     Para os alunos estagiarem, a Escola mantinha uma clínica, onde estes atendiam os indigentes e crian-
               ças pobres, encaminhadas pelos professores do Grupo Brasil, prestando ainda grande serviço social. Os
               pacientes com maiores condições financeiras pagavam apenas os materiais utilizados.

                                               A Escola, situada num recanto do Estado de Minas, região que o Zebu era adorno
                                               das salas de visita e o reprodutor da raça, vindo da Índia, era recebido a discurso
                                               e algumas vezes banhado com champagne, fundou-se, nessa mesma época, a
                                               primeira Escola de Farmácia e Odontologia que com êxito elevou o nome de
                                               Uberaba na evolução do ensino superior credenciando vários profissionais,
                                               odontólogos e farmacêuticos
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                     De acordo com os registros da Escola de Farmácia e Odontologia, esta provavelmente funcionou até
               1936, conforme a comprovação de diplomas que foram expedidos naquele ano, assim como, exames e bo-
               letins.
                     As razões que provocaram o seu fechamento, se inserem em alguns destes fatos:

                     - As autoridades do ensino alegavam irregularidades pedagógicas e administrativas.

                     - Disputas pelo cargo diretivo da Escola confirmada por uma campanha movida por alguns professores.
                     - Alguns dentistas práticos, evidentemente, torciam pelo fechamento da Instituição de Ensino, para evi-
               tar concorrentes legalizados no campo profissional.
                     No relatório da Escola alguns fatos revelados são transcritos na íntegra, a seguir:


                                               Médicos, chefes da politicalha e tantos outros, terçaram armas diversas e variadas
                                               para defender uma idéia injusta, iníqua e absurda.
                                               Um médico trabalhou no Congresso; outro entabulava a imprensa e alguns licurgos;
                                               outro conferenciava com o Presidente do Estado, expondo os defeitos da  Escola
                                               de Farmácia e Odontologia de Uberaba, pedindo os favores do magistrado para
                                               uma Faculdade Modelar de Farmácia, com professores, laboratórios e maquinários
                                               que viriam dos Estados Unidos, salões para todos os trabalhos escolares; outro
                                               conversava com os alunos matriculados na Escola do Mineiro, aliciando-os para
                                               a nova Faculdade; outro promovia reuniões de professores e de alunos no intuito

               6    Relatório da Escola de Farmácia e Odontologia, 1926, p. 20
               7    Depoimento: Dr. Edmundo Rodrigues da Cunha, julho 2001
               8    Relatório da Escola de Farmácia e Odontologia. 1926, p. 21


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