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ESCRAVIDÃO NEGRA E OS
MOVIMENTOS ABOLICIONISTAS
João Eurípedes de Araújo
Marcelo de Souza
BRASIL
Não há fontes precisas dos primeiros africanos negros que vieram da África para serem escravizados no
Brasil. Muitos estudiosos afirmam que, em 1538, Jorge Lopes Bixorda, arrendatário de pau-brasil, teria trafica-
do os primeiros negros para a Bahia.
Historiadoras como Elza Nadai e Joana Neves, dizem que a primeira referência de africanos trazidos
para o Brasil como escravos data de 1550, quando a metrópole fez chegar uma partida de africanos em
Salvador para ser dividida entre seus moradores. Porém, ela não foi suficiente, pois, um ano após, Nóbrega,
superior dos jesuítas, solicitou ao rei o envio de alguns negros da Guiné para o colégio da Bahia.
Alvará de 29 de março de 1559, endereçado de Lisboa ao capitão da ilha de São Tomé, autorizou cada
senhor de engenho a resgatar, às suas custas, até 120 escravos, pagando à coroa um terço dos direitos. Pro-
vavelmente, foi a partir dessa providência que se deram as primeiras entradas significativas de escravizados
africanos no Brasil.
Chegando ao Brasil, os negros eram vendidos no próprio porto, em leilões. Pouco tempo depois es-
tavam trabalhando para os seus senhores: nos engenhos, na mineração, na agricultura em todos os outros
tipos de ocupações.
A esses indivíduos, homens e mulheres escravizados, restavam poucas opções: a autodestruição (suicí-
dio), a fuga ou a resignação. Perdidos de todos os laços familiares, sociais e culturais após a captura, o instinto
de sobrevivência fazia com que muitos deles se submetessem às regras da nova condição, mas isso não
impedia que resistissem, cotidianamente, às vezes com violência, mas também com subterfúgios variados.
Após a dura travessia do oceano Atlântico, os escravizados que sobreviviam e se recuperavam ficavam
exposto, aguardando compradores
Foto: África e Brasil Africano, p.88
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