Page 19 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil

Casou-se aos 24 de junho de 1849, no arraial do Desemboque, com Maria Cassimira de Araújo, irmã
do alferes Antônio Elói. Em 1850 o casal teve o primeiro filho e obteve a nacionalidade brasileira. Depois nas-
ceram mais dois filhos. Residiram onde o major Eustaquio da Silva Oliveira edificou uma oficina de ferreiro e
tinha uma criação de suínos, cuja propriedade já pertencia ao barão que após falecer, e após a efetivação de
inventário, Borges Sampaio comprou as partes dos herdeiros e tornou-se o único proprietário.

Borges Sampaio ocupou importantes cargos nomeados pelo governo municipal e da província, além
de ter recebido títulos, relacionados a seguir:

• curador geral de órgãos, que requeria conhecimentos jurídicos e para isso estudou e recebeu, em 6 de fevereiro de
1856, o título de advogado provisionado em toda a Província de Minas Gerais . Também recebeu o título em 20 de
outubro que o nomeou advogado no Foro Eclesiástico da Diocese de Goiânia. Atuou com firmeza e critério nos seus
pareceres, tendo o Fórum publicado e adotado alguns de seus pareceres como doutrina e jurisprudência. Muitos
foram publicados em revistas forenses;
• visitador das aulas públicas, de Uberaba, nomeado pela Portaria, de 15 de julho de 1852 e com a reforma do ensino,
em 1854;
• nomeado pelo governo da província, em 22 de dezembro de 1854, como promotor de capelas e resíduos, cargo
que exerceu por três anos;
• comissário vacinador de Uberaba, em 28 de março de 1863, função que se manteve por 25 anos;
• promotor público adjunto em 1873 e promotor efetivo em 1879, da Comarca de Uberaba;
• contador em 1871 e 1872;
• diretor suplente do círculo literário de 1857 a 1859 e diretor efetivo em 1859;
• fiscal da 1ª agência parcial do 10º distrito literário;
• inspetor suplente municipal em 1961;
• delegado da Diretoria Geral da Instrução do Distrito de Uberaba;
• inspetor do 13º círculo literário da Comarca do Paraná em 1867, cuja sede era em Uberaba;
• diretor da Escola Normal de 1889 a 1890;
• suplente do subdelegado de polícia de Uberaba de 1853 a 1854;
• 5º suplente do delegado de polícia em 1864;
• 4º suplente do delegado de polícia em 1868;
• nomeado tenente cirurgião do 32º batalhão do serviço ativo de Uberaba, em 1859;
• chefe do Estado Maior do comando superior da Guarda Nacional de Uberaba e Prata;
• portaria de 17 de junho de 1865 o autorizou entrar em exercício para as forças para Mato Grosso;
• vereador de 1853 a 1879, tendo assumido por diversas vezes a presidência da Câmara Municipal de Uberaba.
• comissário paroquial em 1875;
• agente do Correio pelo Ato de 2 de julho de 1852, permanecendo até 1857;
• como eleitor e jurado serviu de 1852 a 1889.

Durante 47 anos registrou minuciosamente todos os acontecimentos de Uberaba, e colaborou com os
seguintes jornais: Correio Mercantil, do Rio de Janeiro, em 1850; A Nação e O Fluminense, de 1857 a 1860,
ambos editados em Niterói; A Atualidade e A Reforma, entre 1861 a 1863; Jornal do Comércio, no Rio de
Janeiro, em 1861;
Colaborou com a fundação da imprensa em Uberaba, juntamente com Henriques Raimundo des Ge-
nettes, fundando uma tipografia onde imprimiram três números do jornal semanal O Paranayba, tendo abri-
lhantado as suas páginas com interessantes artigos. As demais edições saíram com a denominação O Eco
do Sertão. Outros jornais foram fundados em Uberaba, contando com a colaboração de Borges Sampaio,
tanto em assuntos políticos quanto de outras áreas. Destacam-se dentre eles: O Uberabense; O Progresso;
e o Monitor Uberabense.
Em 1855 realizou o censo da vila de Uberaba, juntamente com o professor Manoel Garcia da Rosa Ter-
ra, colaborando com dados que viabilizaram o pedido da Câmara Municipal, junto ao governo provincial, de
elevar Uberaba à condição de cidade, o que efetivamente aconteceu em 2 de maio de 1856.

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