Page 599 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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romance brasileiro. Sempre fiel às raízes de sua terra, compilou lendas e materiais entre os tropeiros de Minas
Gerais e os faiscadores de Goiás para compor os seus romances. Em seus livros, narrou um curioso levan-
tamento topográfico da vida, hábitos e costumes do povo dessas regiões, contendo um repositório riquíssi-
mo de observação folclórica e sociológica. Muitos dos romances desenvolveram-se na região do Triângulo
Mineiro como “A Filha do Fazendeiro”-1872, o qual tem como cenário o município de Uberaba; “Jupira”, de
Campina Verde; “O Garimpeiro”-1872, de Estrela do Sul; “O Índio Afonso”-1873, de Ituiutaba.
De todos os seus romances, os mais apreciados são: o “Ermitão de Muquém”-1869, “O Seminaris-
ta”-1872, “A Escrava Isaura”-1875, “O Garimpeiro”-1872.
Publicou outros romances, entre eles, destacam-se:
• “Rosaura, a enjeitada”-1832
• “Lendas e Romances”-1871
• “A Garganta do Inferno”-1871
• “A Cabeça de Tiradentes”-1872
• “A Morte de Gonçalves Dias”-1873
• “Maurício ou os Paulistas em São João Del Rei”-1877
• “A Ilha Maldita” e o conto “Pão de Ouro”-1879
• “Maurício ou os Paulistas em São João Del Rei”-1883
Bernardo compôs algumas poesias, como:
• “Cantos da Solidão”-1852
• “Poesias”-1865
• “O Elixir do Pajé”-1875
• “Novas Poesias”-1876
• “Folhas de Outono”-1883
Para o teatro escreveu a peça “A Voz do Pajé”, encenada em 1860 em Ouro Preto. Em homenagem à
Uberaba, cidade em que viveu, Bernardo Guimarães compôs a poesia “Uberaba”.
Em 1881, passando por Minas Gerais, o Imperador D.Pedro II prestou homenagens ao escritor Bernardo
Guimarães.
Faleceu aos 59 anos, em Ouro Preto, no dia 10 de março de 1884.
É patrono da cadeira nº5 da Academia Brasileira de Letras e também da cadeira nº11 da Academia de
Letras do Triângulo Mineiro.
Em sua homenagem, fundou-se em Uberaba, em 1905, o Grêmio Literário Bernardo Guimarães, de
grande importância cultural. Depois de sua dissolução, a biblioteca do Grêmio foi doada à Prefeitura Muni-
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