Page 598 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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•  Biblioteca da Escola Normal
                Fundada em 1896 pelo diretor Antônio Pereira de Artiaga. Na época a biblioteca tinha um acervo com
                mais de mil volumes. Com o fechamento dessa escola em 1905, aproximadamente quinhentos livros se
                perderam. O restante do acervo foi cedido pelo Secretário do Interior do Estado de Minas ao nascente
                “Grêmio Literário Bernardo Guimarães”.

                •  Grêmio Literário Bernardo Guimarães
                Fundado em 1905 por um grupo de intelectuais uberabenses. Durante os anos de existência foi a mais
                importante associação literária de Uberaba.

                Organizou uma biblioteca com mais de 1.200 volumes. Possuía um mobiliário indispensável, com mesa,
                estantes, armários, três dúzias de cadeiras e estandarte, além de três contos de réis.

                O estatuto do Grêmio foi registrado em cartório e, em 1909 possuía um acervo de dois mil livros. Nesse
                ano, os seus associados resolveram pela extinção do Grêmio Literário “Bernardo Guimarães” e oferece-
                ram à Câmara Municipal de Uberaba todos os seus bens e dinheiro, com a condição de a mesma con-
                servar aberto ao público o “Gabinete de Leitura” que o Grêmio mantinha desde o seu início. Aceitando o
                oferecimento do Grêmio Literário Bernardo Guimarães, a Câmara Municipal, na administração do Agente
                Executivo Felipe Aché criou em 1909 a Biblioteca Pública Municipal Bernardo Guimarães, encampando
                o acervo e mantendo a mesma denominação.



                  QUEM FOI BERNARDO JOAQUIM GUIMARÃES DA SILVA?
                  Intelectual que residiu em Uberaba. Foi advogado, poeta e escritor mineiro. Nasceu em 15 de agosto de
            1825 em Ouro Preto, Minas Gerais. Filho do poeta e prosador João Joaquim da Silva Guimarães e Constança
            Beatriz de Oliveira Guimarães.

                  Aos quatro anos de idade, Bernardo Guimarães transferiu-se para Uberaba, onde aprendeu as primeiras
            letras. Seu pai foi Juiz de Direito nesta cidade. Iniciou os seus estudos acadêmicos no Colégio Lazaristas, em
            Campo Belo do Prata- MG e no colégio Ouro Preto-MG.

                  Na adolescência já mostrava uma personalidade forte e livre, lutando pelas causas que julgava justa.
            Participou das forças legais na Revolução Mineira de 1842, que pleiteava autonomia política para as provín-
            cias brasileiras.

                  Em 1847 iniciou o curso de Direito do Largo de São Francisco de São Paulo, graduando-se em 1854
            Nessa cidade teve uma intensa vida cultural, dedicando-se à literatura, tendo colaborado em jornais e revis-
            tas, destacando-se pelo seu espírito crítico.

                  Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1858, exercendo a função de crítico literário e também foi um
            dos diretores do Jornal Liberal “Atualidade”, que muito o ajudou nas suas lutas políticas. Além disso, atuou no
            Jornal do Comércio do Rio de Janeiro como escritor.
                  Casou-se aos 42 anos em Ouro Preto, com Tereza Maria Gomes, tiveram oito filhos e passaram a resi-
            dir nesta cidade, onde Bernardo lecionou Teórica e Poética no Liceu Mineiro de Ouro Preto de 1855 a 1859.

                  Voltou para Goiás e reassumiu o cargo de Juiz Municipal e de Órfãos de Catalão-GO, por duas vezes.
            A primeira em 1852 e a segunda reassumindo o cargo em 1861.

                  Em 1853 na cidade de Queluz-MG, Bernardo foi nomeado pelo Governo como professor de latim e
            francês.

                  Teve uma participação política importante ao se opor ao Presidente da Província de Goiás.
                  Foi perseguido e demitido, e logo após o incidente conseguiu sua remoção.

                  Na literatura, pertence à Segunda Geração da Escola Romântica e foi o introdutor do “Sertanismo” no



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