Page 385 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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Posteriormente ocorreram algumas reorganizações na Corporação Militar do Estado de Minas Gerais,
               que repercutiram na estrutura e funcionamento da Corporação:

                       •   Em 24/10/1891, no governo do Presidente do Estado, José Cesário de Faria Alvim, foi promovida
                           nova reorganização na corporação militar, que pela Lei nº 7, de 24/10/1891 passou a denomi-
                           nar-se Força Pública. O efetivo totalizava 1.800 militares. Foram mantidos os “Quatro Corpos”,
                           com “16 Companhias”.

                       •   A Corporação Militar novamente mudou de nome em 1894, passando a chamar-se Brigada
                           Policial de Minas Gerais, de acordo com a Lei nº 60, de 22/07/1893. Seu efetivo totalizou 2.500
                           militares e as unidades passaram a denominar-se de Batalhão. Além disso, foi criado o 5º Bata-
                           lhão com sede na capital (Ouro Preto).

                       •   Em 19/12/1895, o Presidente do Estado, Crispim Jacques Bias Fortes, assinou o Decreto nº 886
                           e determinou que a sede do 3º Batalhão fosse transferida de Juiz de Fora para Barbacena, sen-
                           do extinta mais tarde. Posteriormente ele construiu e inaugurou a nova capital do Estado - Belo
                           Horizonte, que segundo André Carvalho e Waldemar Barbosa, era conhecida anteriormente
                           como “Curral Del-Rei” (Breve História de Minas. p.71)

                       •   Em 25/01/1900 o Presidente Dr. Francisco Silviano de Almeida Brandão estabeleceu pelo De-
                           creto nº 1.356, que o 1º Batalhão teria como sede a capital e o 2º Batalhão, a cidade de Uberaba.

                     O 2º Corpo Militar da Brigada de Minas Gerais ficou estabelecido em Ube-
               raba por 13 anos. Infelizmente, o Decreto nº 1.631, de 26 de agosto de 1903,
               assinado por Francisco Antônio de Salles, transferiu o Batalhão para a capital do
               estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, deixando a população de Uberaba de-
               sassistida de proteção militar. Apenas permaneceu na cidade um pequeno efetivo
               da corporação militar.

                     A partir de 1903, Uberaba ficou sem policiamento para atender a popula-
               ção, estimada na época em nove mil habitantes. A cidade foi reduzida a um pe-
               queno destacamento e de vez em quando recebia a supervisão de uma patrulha
               da capital mineira. Outras localidades da região, que estavam sob a jurisdição do
               2º Corpo Militar também ficaram sem proteção da polícia. Diante disso, surgiram
               vários movimentos e uma grande luta da sociedade uberabense para trazer de
               volta o Batalhão da Polícia Militar. Os manifestos eram veiculados em todos os
               jornais da cidade, reclamando da insegurança, motivada pelo reduzido efetivo
               que nela permaneceu para a proteção da população. Os comentários dos jornais
               da época diziam que o Triângulo Mineiro estava entregue a sua própria sorte.
               Perdera uma importante corporação militar, o 2º Batalhão de Polícia. Sem re-
               presentação política, o Triângulo Mineiro passava alheio no que dizia respeito a
               Minas Gerais, dependendo quase que inteiramente de São Paulo. Os clamores da
               população não chegavam até o governador de Minas Gerais.
                     Em 1904 a cidade de Uberaba era policiada por apenas oito soldados para
               uma população de 9 mil habitantes. O jornal Lavoura e Comércio de 1904 regis-
                                                                                                  Jornal Gazeta de Uberaba,
               trou na coluna “Sem polícia” a seguinte notícia:                                       01/02/1900, p. 2


                                                Uberaba, não obstante a enérgica atitude do Senhor Capitão Delegado, que
                                          tem sido de uma persistência digna de elogios no sentido de exterminar a horda de
                                          vagabundos que aqui existe, está cheia desses indivíduos, na sua maior parte desordeiros
                                          e avalentoados, os quais não se cansam de promover sarilhos e disparar tiros, roubando
                                          a tranquilidade dos habitantes desta cidade, digna de melhor sorte. A cidade está cheia
                                          de desordeiros e jagunços”.
                                                                                      Jornal Lavoura e Comércio. 21/01/1904



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