Page 180 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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BARÃO DE ESCHEWE (ALEMÃO) – ANO 1816
Em 1816, houve o desmembramento da região que compreende o atual Triângulo Mineiro da província
de Goiás e sua anexação à Província das Minas de Ouro, hoje, Minas Gerais, de acordo com a Carta Régia
solicitada pelos próprios moradores do local.
Para Eschewege, a distância entre o Triângulo e a capital da Província de Goiás foi o principal motivo
dessa solicitação. Segundo ele:
Ambos os distritos pertencem à Província de Goiás, mas como estivessem muito
distantes da Capital Vila Boa, como já escrevi antes, foram separados daquela Província,
por força de uma Carta Régia especial, por solicitação dos moradores que haviam
mandado ao Rio um procurador e assim foram integrados a Minas. Fui convocado
assim a tomar posse dos mesmos, a determinar as novas fronteiras, bem como
apresentar, sobretudo, um relatório preciso sobre a situação desses Julgados. (página
55).
Barão de Eschewege
Imagem: http://www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/
Rede-de-Bibliotecas - Acesso em: 20/12/2019
Neste mesmo ano, o Barão de Eschewege, definiu os limites territoriais e tomou posse dos distritos da
região do atual Triângulo Mineiro, por determinação do governador da Província, Dom Francisco de Portugal.
Para chegar a cumprir seu objetivo, teve que percorrer todo o interior daquele sertão e, numa de suas andan-
ças, descreveu o que viria a ser, no futuro, a cidade de Uberaba:
Baixa, uma pequena Aldeia indígena com 14 pessoas, é a única área habitada
da redondeza, que é inigualável quanto à sua comodidade, beleza e fertilidade. Estou
convencido de que no futuro, logicamente talvez daqui a séculos, as cidades e vilas
mais vistosas do interior do Brasil estarão aqui localizadas. Uma prova visível de como já
agora está crescendo a população rapidamente nestas regiões é o assentamento de 80
fazendas, nos últimos 3 anos e, no Arraial da Capelinha, já foram construídas 26 casas.
Mesmo os índios de Uberaba reconhecem a fecundidade de sua região e não apenas
pagam sozinhos o dizimo ao Rei, pontualmente, como também mantêm os religiosos
com meios próprios.
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