Page 175 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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RUAS DO BAIRRO ESTADOS UNIDOS
No livro Álbum de Ube-
raba, há uma descrição da ci-
dade de Uberaba do começo
do século XX. Segundo Toti,
no bairro dos Estados Unidos Abel Reis / Superintendência do Arquivo Público de Uberaba
havia o Largo da Piedade, um
grande descampado, com
poucas casas, que compre-
endia as ruas Henrique Dias e
Martim Francisco, que naque-
la época chamavam-se Julio
Marinho e José Irineu, nome
de dois delegados cruéis que
implantavam o terror na po-
pulação nessa época, por isso
a mudança de nome. O Largo
distribuía-se por todo o bairro
Praça Carlos Gomes, onde iniciava-se o Largo da Piedade. Ano 1957
Estados Unidos e limitava-se Na foto, vê-se ao fundo a Igreja Nossa Senhora de Fátima e, no primeiro plano, oliveiras
com a Igreja Santa Rita. plantadas por Abel Reis.
A rua Senador Feijó cha-
mava-se rua do Beato. Consta
que se tratava de um homem
que morreu pobre, doente
e abandonado. A Rua Padre
Zeferino não ia além da Rua Marcelino Guimarães / Superintendência do Arquivo Público de Uberaba
Barão de Ituberaba, também
conhecida por rua do Pasto
dos Frades ou então, Pasto da
Santa Casa, e, nos fundos do
pasto, localizava-se o córre-
go de Santa Rita que formava
profundos poços onde a me-
ninada desenfreada, fugindo
da escola, ia nadar. Rua Padre Zeferino na década de 1930. Foto do alto do Fabrício, sentido bairro Estados
Unidos
A Rua Marquez do Paraná era a Rua Nova ou Rua do Vitor Lourenço. A Rua 7 de Setembro era
a Rua do Mercado, ou, também, dos Italianos e a Rua Pires de Campos, apelidada do Chiquinho
dentista, estava isolada no meio do campo.
O Largo da Piedade era atravessado por uma estrada poeirenta, onde se estacionavam quase todas
as tardes quatro ou cinco carros de bois, atulhados de mantimentos, à espera de entrar no mercado, no
dia seguinte. Geralmente, típico desse cotidiano, as crianças avizinhavam-se dos carreteiros para ganharem
rapadura, frutas do mato, goiabas e limas. Passavam também um tempo ao lado dos cozinheiros tropeiros
apreciando o cheiro da comida proveniente das caçarolas, que eram chamadas de mariquitas, conectadas
sobre brasas acesas. Nesse local, às vezes, realizavam-se apresentações circenses, especialmente o circo de
cavalinhos, e aconteciam touradas (TOTI. 1956, p 65).
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