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UBERABA 200 ANOS DE HISTÓRIA
MUITAS DATAS A COMEMORAR
Marta Zednik de Casanova
Uberaba integrava a região do Sertão da Farinha Podre (Triângulo Mineiro), que recebeu as primeiras
investidas dos bandeirantes a partir do século XVIII. A cidade originou-se precisamente no limiar do século XIX,
como Arraial de Santo Antonio e São Sebastião, provavelmente por volta de 1812; depois ostentou o status de
Freguesia em 1820; Vila, em 1836, e Cidade em 1856. Constitui hoje, a consagração do seu bicentenário,
delineada pelos fatos históricos que marcaram sua trajetória social, econômica, política e cultural.
Acervo Câmara Municipal de Uberaba
Imagem do Largo da Matriz, em Uberaba – Ano 1856
Os memorialistas e historiadores uberabenses estudaram e registraram os fatos transformados em impor-
tantes marcos históricos, que têm até hoje ativado o imaginário popular sobre em qual data se deveria comemo-
rar o aniversário de Uberaba. Novas abordagens podem mudar os conceitos da história, que está sempre evo-
luindo devido à pesquisa dos historiadores que investigam documentos e interpretam o passado e, a partir disso,
desenvolvem novas teorias e conclusões. Consequentemente surgem na sociedade diversas discussões, muitas
vezes acertadas e, outras, distantes dos conceitos da historiografia sobre a data do aniversário de Uberaba.
Não há um critério estabelecido para determinar a data do aniversário de uma cidade. Algumas localida-
des do Brasil adotaram a data precisa da fundação, como exemplos: São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Outras
cidades comemoram o aniversário da cidade em datas que tenham importância histórica e embasamento do-
cumental, definidos o dia, mês e ano.
Várias datas históricas significativas marcam a história de Uberaba. Uma delas se refere ao primeiro núcleo
de povoamento estabelecido em 1807, conhecido como Arraial da Capelinha, marco da fundação, localizado
no bairro Santa Rosa, a 15 km de distância do centro de Uberaba. Os fundadores deste local vieram de Desem-
boque, região já decadente, onde as minas auríferas se esgotaram, e por isso procuravam terras agricultáveis
para se estabelecerem. Isso propiciou a migração de pessoas para o Sertão da Farinha Podre.
Em Santa Rosa os colonos oriundos de Desemboque encontraram a priori condições favoráveis para se
fixar, onde construíram dez cabanas e uma capelinha, tendo como oragos Santo Antonio e São Sebastião, com
o vigário responsável, Antonio José Tavares. Também no local havia uma professora que ensinou as primeiras
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