Page 122 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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Uberaba Falso            13                   15                   38                   66
                    Toldas                 5                    7                    11                   23
                     Baixa                 5                    7                    11                   23
                     Posse                 2                    2                    4                    8
                    Espinhas               5                    9                    21                   35
                   Rio Grande              3                    3                    4                    10

                  É importante destacar que os índios já apresentavam queixas contra o colonizador, que invadiram as
            suas propriedades. O processo de ocupação da região pelo branco provocou um choque cultural para a po-
            pulação indígena, provocando novamente expulsão e dizimação.

                  A efetiva colonização da região por populações de origem européia só teve início no final do século
            XVIII, com a concessão de algumas sesmarias, concedidas pela Capitania de Goiás, dentre elas, a Fazenda
            das Toldas recebida por Tristão de Castro Guimarães, e as Fazendas Santo Inácio, Ponte Alta e Bebedouro,
            conferidas em 1799 ao tenente Joaquim da Silva e Oliveira. As terras doadas se localizavam ao sul da atual
            cidade de Uberaba. Dessa forma iniciou-se a ocupação do território, anteriormente pertencente aos índios.

                  Em 1816 a região do Triângulo Mineiro passou para do controle da Província de Goiás para a Província
            das Minas de Ouro, de acordo com o alvará decretado por D. João VI, de 4 de abril de 1816.
                  Segundo o memorialista Borges Sampaio, depois da anexação a Minas, o território do Triângulo Mineiro
            ficou com 93.300 quilômetros quadrados. Limitava-se com a Serra da Canastra, desde o ribeirão Grande, na
            margem esquerda do rio Grande, até a margem esquerda do rio Paranayba, tornando-se um vasto território.
            (Revista de Uberaba nº 1, p.9)
                  Em 1827, o padre Leandro, coadjutor do vigário Silva, destacava a privilegiada localização geográfica da
            região, permitindo acesso aos principais mercados produtores e consumidores do País. Para ele:

                                             O que mais engradece este Sertão é poder ser navegado, importar e exportar o
                                        que quizer. A navegação do Thieté e Rio Pardo já estão em prática; por conseguinte,
                                        todos os effeitos são aqui muito em conta. Nesse tempo duas estradas unicas punham
                                        o Sertão da Farinha Podre em communicação com o litoral - a de Goyaz pelo porto
                                        da Espinha no Rio Grande, com Santos, por São Paulo; a do Araxá por Patrocínio para
                                        Catalão e Goyaz, a quem viesse do Rio de Janeiro, para Cuyabá, até abrir-se o porto
                                        de Ponte Alta que encurtou a distância para Santos. (Revista de Uberaba, Volume I,
                                        Fascículo I, 1904. p. 10. Acervo: Superintendência do Arquivo Público de Uberaba)
                  A região do Triângulo Mineiro teve várias denominações: Sertão do Novo Sul, Sertão Grande, Sertão Sul
            e Geral Grande. Posteriormente, ficou conhecida como Sertão da Farinha Podre. Há duas explicações para
            essa denominação:

                  - De acordo com Edelweis Teixeira: remete aos primeiros colonos portugueses que batizaram o local
            com o nome da região onde moravam em Portugal. (TEIXEIRA. p. 94)
                  - Outra explicação para o nome Sertão da Farinha Podre foi registrada por Borges Sampaio:


                                                                                                         Superintendência do Arquivo Público de Uberaba














                                        Trecho da Revista de Uberaba, Volume I, Fascículo I, p.9, ano 1904


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