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gue chegar na frente, leva vantagem. O futebol hoje, dentro desse parâmetro, depende
                   muito de circunstâncias. Por exemplo: Se você não tiver um “padrinho” não conseguirá
                   ir para uma equipe maior. Você tem que ser indicado. Tem que ter um diretor para

                   te dar um apoio, senão não consegue. Clubes maiores contratam os famosos olheiros e
                   outras pessoas que tem influência. Hoje não se pode mais falar em empresário. A lei do

                   PROFUT (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Fu-
                   tebol Brasileiro)  proibiu isso. Mas há pessoas que têm influência dentro de um clube
                   maior. A pessoa vê um bom atleta e o indica para aquele clube. Se o atleta der certo,

                   a pessoa vai ganhar uma porcentagem da negociação. Assim o atleta tem possibilidade
                   de ir além. Ele tem que trabalhar politicamente.
                       O Nacional está passando por uma transformação. Nós estamos mudando o nosso

                   jeito de fazer futebol para fazer um clube formador de atletas, para que, num futuro
                   próximo, tenhamos condições de participar das competições oficiais. Estamos traba-
                   lhando isso dentro do administrativo para depois chegarmos ao que mais interessa, que

                   é fazer futebol. O objetivo do Nacional é fazer futebol profissional.


                                                       Vida pessoal

                       Sou contador e advogado. Tenho escritório há trinta anos. Sou casado, tenho um
                   filho, inclusive trabalha comigo. Cheguei a jogar futebol no São Carlense e Lemense,

                   times de segunda e terceira divisão de São Paulo. Devido a outras circunstâncias voltei
                   para Uberaba, onde firmei meus ideais e meus negócios. Gosto muito de Uberaba.

                       Eu tenho paixão pelo Nacional. Meu pai, Pedro José da Silva (Pedro Caloi) me
                   ensinou a ser nacionalista. Quando me lembro dele eu me emociono porque ele me
                   levava juntamente com os meus irmãos ao campo de futebol. Durante o jogo ele me

                   punha nos ombros para assistir. O meu pai, torcedor fanático do Nacional, adorava
                   o time e com ele eu aprendi a gostar do Nacional. Tentei jogar no Nacional. Era in-
                   compatível o horário de trabalho com o treinamento. O futebol profissional foi apenas

                   uma parte da minha vida. Sempre gostei do futebol e jogo futebol até hoje. Brinco. A
                   gente brinca. Tenho 54 anos.



                                                          Futuro
                       Precisamos estudar parcerias, novas gestões, novas ideias e modernizar. São vários

                   aspectos que o Nacional precisa trabalhar urgentemente. Senão, há o exemplo do Gua-
                   rani de Campinas, que era campeão brasileiro, um time de tradição, história, e de



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