Page 608 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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A campanha, tão logo foi lançada pelo NACJ, recebeu apoio do governo mineiro,
                                        que enviou à Assembléia Legislativa projeto de lei, concedendo dotação especial para
                                        ajudar a construção do teatro, cujo projeto fora estampado nas páginas do “Correio
                                        da Manhã”, do Rio de Janeiro, graças ao incentivo dado à idéia – por mim solicitado
                                        através de correspondência - pelo crítico teatral do jornal, Embaixador Paschoal Carlos
                                        Magno, que também visitou Uberaba na ocasião.
                                             Apesar disso, entretanto, o vereador Dioclécio Campos, da extinta União
                                        Democrática Nacional – UDN –, autor de projeto de lei, que previa a construção de
                                        um teatro municipal de porte que não se ajustava às reais possibilidades do município,
                                        mobilizou seus pares para barrar o projeto do NACJ, contando para isso com o
                                        apoio dos dirigentes do Conservatório Musical de Uberaba, Alberto Frateschi e Alda
                                        Lóes Frateschi, esta, a meu ver, por veleidades políticas, pois, um pouco mais tarde
                                        candidatar-se-ia sem êxito a uma das cadeiras da Câmara Municipal.
                                             Se a  idéia da construção  do  teatro de  alumínio  não pôde  ir adiante,  barrada
                                        como o foi pela Câmara Municipal, o NACJ – sob a presidência de Iná de Souza - não
                                        desistiu da luta para conseguir espaço para suas apresentações teatrais, o que o levou
                                        a pleitear ao prefeito Arthur de Melo Teixeira, não só a cessão de um barracão da
                                        Prefeitura, localizado na Rua 13 de Maio, a fim de adaptá-lo em Teatro de Bolso, como
                                        também um melhor local para abrigar a Biblioteca Municipal “Bernardo Guimarães”,
                                        administrado então por sua presidente.
                                             Sensível à solicitação do NACJ, o prefeito Arthur de Melo Teixeira, em seu terceiro
                                        ano de mandato, autorizou a locação de dois amplos salões do sobrado pertencente
                                        à família Castro Cunha, localizado na Praça Ruy Barbosa, logo acima da Prefeitura
                                        Municipal, para neles instalar a Biblioteca Municipal “Bernardo Guimarães”, que teve
                                        também seu acervo consideravelmente ampliado com a aquisição de várias coleções
                                        de livros, principalmente de “A Comédia Humana”, de Honoré de Balzac, então recente
                                        lançamento da Editora Globo, do Rio Grande do Sul, cujos exemplares – 63 títulos, da
                                        primeira parte
                                             - eu aguardava ansiosamente para ler, entre os quais “Memórias de Duas Jovens
                                        Esposas”, “A Mulher de Trinta Anos” e “As Ilusões Perdidas”.
                                                                                     REYNALDO DOMINGOS FERREIRA,
                                                Ex-Vice Presidente da NACJ, Advogado e autor de vários livros, entre eles, “A
                                         Mulher de Lote”, “As Raparigas da Rua de Baixo 1” e “As Raparigas da Rua de Baixo II”.









































                                         Biblioteca Pública Municipal Bernardo Guimarães – Praça Rui Barbosa nº 14 - 1957



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