Page 572 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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Superintendência do Arquivo Público de Uberaba
Convite para a 1a Semana do Folclore, em 1962
Certamente, um grupo permaneceu na zona rural entre aqueles que não vieram para a cidade, enquan-
to outro grupo adquiriu aspectos urbanos, descaracterizando um pouco a origem rural. Na cidade passaram
a competir em concursos de catira, rivalizando-se em disputas entre os diversos grupos. Atualmente, apenas
quatro grupos ainda resistem às mudanças do mundo moderno, de acordo com o Conselho Nacional do Pa-
trimônio Histórico e Artístico de Uberaba (CONPHAU): Paulo Curi (catira Geração por Geração); catira Raízes
Teles e Medeiros; catira do Torquatro (Tradição de Minas).
CONGADAS
De acordo com Marina de Mello e Souza: nas congadas, maracatus, capoeiras e reisados os ritmos
africanos estão na base da música tocada. Também os sambas de umbigada e de roda, os jongos, o frevo e
muitas outras danças têm passos mais ou menos fiéis àqueles que realizaram os primeiros africanos e afroc-
descendentes que dançaram em terras brasileiras. Hoje em dia as danças populares tradicionais estão cada
vez mais restritas a grupos que se empenham em preservar as tradições, ou então àqueles que vivem mais
isolados e, portanto, menos abertos às mudanças introduzidas pelos meios de comunicação”.
A festa e o cortejo de congos, moçambiques, catopés, etc., é uma tradição que ainda permanece viva
pelo interior de Minas Gerais. As festas de congadas tiveram início na antiga capital, Vila Rica, atual Ouro Pre-
to. Tiveram as denominações de Reinado ou Reisado. A Irmandade do Rosário, de Ouro Preto, data de 1711.
Nos diversos “Navios Negreiros” que aportaram em terras brasileiras, centenas de negros africanos vie-
ram para ser escravizados. Em suas “bagagens” vieram suas crenças religiosas, seus costumes e principalmen-
te suas manifestações culturais.
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