Page 496 - Uberaba-200 anos no coracao do Brasil
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Autor não identificado / Superintendência do Arquivo Público de Uberaba Secretaria Municipal de Planejamento de Uberaba (Seplan)
Avenida Santos Dumont
Prefeitura Municipal de Uberaba
Avenida Abel Reis. Setembro de 2018 Vista da Quinta da Boa Esperança antes da abertura da Avenida
Abel Reis. Foto sem data.
OS LIMITES QUE PASSAM A FAZER PARTE DA CONCEPÇÃO URBANA
Os limites de uma cidade podem ser reconhecidos facilmente: são rios, córregos, viadutos, avenidas,
ferrovias, rodovias e elementos que caracterizam uma divisão de espaço.
Na década de 1920 Uberaba recebeu sua ferrovia. Um grande avanço não só para a cidade, mas tam-
bém para a região. Esse é o grande limite espacial de Uberaba até hoje: as marcas na malha urbana são como
cicatrizes em um rosto.
A estação ferroviária de Uberaba, da Rede Mineira, ficava no bairro de São
Benedito, onde hoje é a nova estação rodoviária. O trem fazia o seguinte trajeto, vindo
de Belo Horizonte: a linha passava pela Rua Cel. Joaquim Oliveira Prata, onde até
hoje existem algumas casas de alguns ferroviários que trabalhavam na rede; depois
atravessava a rua São Benedito, passava em frente à Igreja de São Benedito e onde
hoje está o antigo prédio da Casemg ficavam as charretes para pegar os passageiros.
Onde hoje existe um jardim com uma máquina agrícola bem ao lado da rodoviária,
ficava a casa do chefe da estação, que se chamava Sr. Mário. Esta estação funcionou
até mais ou menos 1970, na praça Donato Cicci. Dando mais detalhes da estação da
RMV, o prédio tinha mais ou menos as características do da estação de Peirópolis, só
que um pouco maior e ficava exatamente onde está hoje o prédio da rodoviária. Eu
morava em Belo Horizonte e vinha neste trem que saía da estação em BH às 17h30,
passando por Divinópolis, Itaúna, Ibiá, Araxá e só chegava aqui em Uberaba no outro
dia, mais ou menos às 18h, isso quando não atrasava. Tinha carro-leito, restaurante
etc. No lugar onde hoje é o estacionamento onde ficava o pátio de manobras, e um
detalhe importante é que aquele prédio onde funcionou a fábrica de botinas Zebu e
que hoje está abandonado já existia na época. Se não estou enganado o velho prédio
da antiga estação foi demolido na gestão do então prefeito Arnaldo Rosa Prata, por
volta de 1968 até 1970. Desembarquei nessa estação muitas vezes, quando vinha visitar
meus parentes aqui da terrinha. Eu e um tio meu que faleceu éramos amigos do Sr.
Mário, que morava numa casa ao lado do prédio e era o chefe da estação. Essa estação
funcionou até mais ou menos 1970.” (Luis Augusto. Ricardo, abril de 2008).
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