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Padre Prata recebe a visita de Carlos Lacerda, em 1956, nos Estados Unidos
pria paróquia. Ao mesmo tempo, tinha aulas de inglês com a sister Mary Aileen,
considerando que ainda havia dificuldades na compreensão do idioma quando
conversava com outras pessoas ou mesmo vendo TV.
Outros costumes e outros rituais prendiam a sua atenção. No Brasil, no uni-
verso dos católicos, a porcentagem de praticantes era de apenas dez por cento
em 1955. Nos Estados Unidos, os católicos, embora minoria em relação a outras
denominações religiosas, eram comprometidos e mantinham um percentual de
80% de participação nos rituais litúrgicos. Por isso, aos domingos eram celebra-
das dez missas com a igreja repleta em todas. Distribuíam muitas comunhões,
inclusive para homens. Pouquíssimos se atrasavam e ninguém saia antes da última
oração. Na entrada da igreja havia um recepcionista, que bem trajado (usher), in-
dicava os lugares para cada um. Ninguém ficava de pé ou circulando de um lugar
para outro. Muito disciplinados, permaneciam em silêncio em sinal de respeito.
Nas missas não havia homilia e depois do Evangelho apenas liam os avisos.
Eram feitas três coletas, uma durante o Ofertório, outra depois da oração do Pai
Nosso e a terceira depois da Comunhão, conduzidas por quatro homens, todos
de terno preto. Usavam uma sacola de pano verde presa numa haste de madeira
de mais de um metro. Todos contribuíam para a manutenção do culto por meio
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