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era encaminhada para a Rádio Difusora, hoje, 7 Colinas, aos cuidados da crônica
esportiva.
Domingo, depois dos jogos, os diretores do Nacional iam até à sede que se
localizava no “Ana Rosa” (no atual prédio do Elvira Shopping), na praça Rui Bar-
bosa, para conferir os resultados e premiar o vencedor. Várias pessoas receberam
a bolada da vitória, inclusive alguns torcedores do Uberaba: Jamil Abílio Wasse,
que tinha uma charutaria na Rua Artur Machado, onde hoje é o Edifício Geraldi-
no Rodrigues da Cunha, ganhou naquela época quase sete milhões de cruzeiros.
Chegaram a enviar cerca de 50 talões semanais para a cidade de São Paulo. Con-
sidera-se que o bolão foi protótipo da Loteria Esportiva.
Com isso, houve várias contratações milionárias, inclusive a grande estrela do
clube durante muitos anos: Da Silva, cujo passe foi avaliado na época em 30 mi-
lhões de cruzeiros. Segundo um dos diretores do Nacional que participou ativa-
mente desses sorteios:
Eu recolhia uma base de 10 a12 milhões de cruzeiros por semana nos
pontos em que distribuíamos os talões, porque na cidade toda vendia. Eu fazia
o recolhimento, com o tio Nevito Prata, pai do doutor Newton Prata; com a
caminhonetezinha dele íamos eu e ele. Nós pegávamos cedo, recolhendo aquilo em
dia de domingo, porque tinha que fechar até o meio-dia, tinha que fechar o bolo,
então tínhamos que fazer o recolhimento, pegar aqueles palpites todos e colocar
numa urna .
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Contudo, essa experiência durou até a entrada em cena do delegado da Polícia
local, impedindo a realização daqueles sorteios, acabando definitivamente com a
experiência de gerir um clube de futebol por meio dessa iniciativa.
61 Entrevista de Wilson Madeira concedida à Superintendência do Arquivo Público de Uberaba.
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