Page 32 - Revista Memorias_Nacional F C
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uma pessoa ligada à diretoria de um dos clubes participantes havia interferido na
decisão da Liga, estimulando um boicote ao Nacional e impedido a sua partici-
pação na competição. Numa carta ao jornal Lavoura e Comércio o presidente do
Nacional expôs a sua indignação:
A não participação do Nacional no Torneio Triangular. Sobre esse assunto re-
cebemos do senhor Amilcar Decina, presidente do Nacional, a seguinte carta:
Senhor Redator esportivo do jornal Lavoura e Comércio. Está causando espécie
a não participação do Nacional F.C. no torneio Triangular. A direção deste clube
declara que jamais se negou a colaborar com qualquer outra entidade esportiva
desta cidade, uma vez convidada. O Nacional F.C., que neste campeonato teve
atuação notável e porque não dizer, gloriosa, haja vista a sua colocação na tabela,
é sem favor uma agremiação que nada fica a dever a suas congêneres (...) e gosto-
samente teria aceitado participar do torneio, pois o Nacional F.C., cujo quadro
pode muito bem vir a ser campeão de 1950, não está integrando o torneio Trian-
gular. Muito grato pela publicação desta, do sempre seu amigo. Amilcar Decina.
Presidente do Nacional Futebol Clube .
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Em seguida, simplesmente não havia estádio disponível para a disputa decisiva
da vaga de 1950 entre Nacional e Independente. O Nacional não tinha estádio
e se recusava a mandar os seus jogos para o campo do Independente, que era seu
adversário. O Uberaba Sport vetou o “Boulanger Pucci”, assim como o Merceana
que também negara ceder o seu estádio, nas “Mangueiras”. Segundo a imprensa
da época, parece que havia uma combinação secreta para se evitar a realização
desse confronto. Com isso, a partida decisiva do ano de 1950 foi adiada até que
alguma resolução pudesse colocar fim ao imbróglio. O jornal afirmara, sobre esse
assunto, o seguinte:
(...) Onde jogarão Nacional e Independente a partida decisiva? Acontece,
porém, que um obstáculo está travando a realização deste prélio decisivo: o local.
O Nacional não tem ainda campo próprio e, portanto, terá que se valer de outra
praça. Não quer se valer de outra praça. Não quer jogar no Estádio Antônio Dal
Secchi, pois isto seria dar grande vantagem ao adversário. Restam os campos do
Merceana e do Uberaba. Parece, porém, que existe uma combinação secreta entre
os clubes locais no sentido de não ceder seu campo para o Nacional. Assim, o jogo
21 Lavoura e Comércio, 13 de fevereiro de 1951.
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