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Prefácio









                               bela escritura  estimulada        presença nas recordações da infância
                               pela vida do Padre Tho-           pelos castigos e prêmios distribuídos

                       A maz de Aquino Prata agora               bem como por suas paixões desporti-
                   aqui editada, nos diz que usou “bati-         vas em suas inevitáveis consequências.
                   na” de 1938 até o Concílio Vaticano           Uma vida rural e urbana inserida na

                   II em 1965, quando deixou de ser              família ampla que tudo compartilha e
                   símbolo da entrega ao serviço do Se-          protege.
                   nhor. A celebração de entrega da bati-           Já inicialmente somos tocados pelo

                   na era solene, feita pelo próprio bispo       amor e interesse aos ancestrais delimi-
                   da Diocese, numa cerimônia bonita             tados nas descrições detalhadas dos
                   e valorizada, celebrada neste caso por        mesmos. Sempre que possível são in-

                   Dom Frei Luiz Maria de Santana que            dicadores de pesquisa e registro das
                   lhe fez a entrega. A partir daí usou-a        tragédias e das bonanças do passado

                   constantemente, até no futebol; só ti-        na importante missão de dar significa-
                   rava para o banho e para dormir. O            do à vida das pessoas para as futuras
                   interessante neste texto de Memórias          gerações.

                   é que o personagem vai se revelando              Apesar da vida religiosa ter sido
                   gradativamente,  apresentando  o ho-          uma escolha voluntária, sem nenhuma

                   mem que durante tanto tempo este-             pressão ou determinação  parental, a
                   ve coberto pela “batina”. Um homem            criança Thomaz, ela mesma, se espan-
                   como tantos outros que nasce num              ta com o fato e ao ser cumprimentada

                   determinado espaço tempo familiar e           não entende a causa de tanto “para-
                   cresce a partir da própria história em        béns, você escolheu o melhor!” Assim
                   movimento, hora se afogando nas on-           entre o desconhecimento e a surpresa

                   das de acontecimentos e hora aprovei-         vai assumindo as determinações supe-
                   tando as marés propulsoras vencendo           riores e as várias mudanças de rumo
                   as restritivas.                               que lhe trazem. O filósofo e cientista

                       Maria Rosita Prata – Dona Quita,          social  se  realizam  no magistério,  no
                   a mãe, emerge das lembranças infantis         contato altamente enriquecedor com

                   na plenitude da sua força, constância         todos que desejam aprender e aperfei-
                   e doçura; Alberto Prata – o pai, marca        çoar conhecimento e humanização.



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