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Lembro que saía da escola, fazia minhas tarefas do colégio, engolia o almoço e ia
para o Nacional, na bicicleta do meu pai. Treinava muito, muitas vezes sozinho, até
que fui incentivando colegas de time a irem treinar também.
Acompanhava os treinos da equipe profissional, com o desejo no olhar. Sempre
aprendendo rapidamente as técnicas, desenvolvendo minhas habilidades e com a per-
na esquerda fiz muitos gols no Nacional, principalmente contra o Uberaba.
Lembro e tenho ainda comigo dois cadernos onde anotava tudo sobre os jogos em
que atuava, fazendo um “scout” dos gols e jogos que fazia.
Vestir a camisa do Nacional Futebol Clube foi o início do sonho, foram quatro anos
de muito trabalho e de muitas idas ao Uberabão e a tudo quanto fosse campo de terra
ou grama da cidade, fazendo gols pelo Naça.
Time campeão Infantil do Nacional em 1990
Em pé: Gesmo, Jesiel, Frazão, Adriano, Simeão, Cristian e o treinador Rui Rezende
Agachados: Joãozinho, Rodrigo Mendes, Keiler, Fabiano e Gilberto
Devo confessar que a minha saída prematura do clube não foi a mais correta, po-
rém eram outros tempos, outra legislação, outros valores. Fizemos acreditando e somen-
te nós acreditávamos que um menino franzino, talentoso, poderia sair do interior de
Minas Gerais para jogar no maior estádio do mundo e ter sucesso. Pois foi exatamente
o que aconteceu. Sorte, talento, destino, posso aqui tentar encontrar uma palavra que
represente esse sonho, mas seria em vão.
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