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Reencetando a sua circulação em 2ª phase sob o ano 1, na-
quelle dia, a folha, com o seu titulo por epigraphe, lançou o seguinte
artigo de fundo – O Sorriso.
“Volta a circular, hoje sob nova direção, “O Sorriso”, que fez,
em tempos, as delicias da gente moça da nossa terra. A typographia
Santos, editora-proprietaria, obteve dos ex-diretores do nosso artigo
hanonymo, a cessão do nome, o que muito nos penhorou, pois o Sorriso
é a manifestação mais sultil de espirito. Enquanto o riso, vulgar o ple-
beu, é do coração e trahe os sentimentos que provocaram, O Sorriso se
mantem inaccessivel, pois vem da inteligencia. Voltaire tornou classico
o seu sorriso superior com que desarmava os argumentos dos adver-
sarios. Os proprios tolos, quando sorriem, dão a ilusão de uma philo-
sophia. Acolhemos o amigo com um sorriso e com outro castigamos a
ousadia de algum impertinente e lhe matamos a indiscreta pergunta. É
o sorriso que nos adelgaça os labios quando um passado se quer tornar
presente de novo, sem ver a neve que lhe apagara os vestigios.
O Sorriso desdenhoso, o sorriso de bondade, o sorriso frio de
odio, o sorriso quente de amor, todas as gammas do sentimento se ma-
nifestam por esse gesto subtil que afina os labios e espiritualiza a phi-
sionomia. Entre um sorriso que castiga e uma palavra má, a differença
é que esta é brutal como tacape e aquelle elegante como em florete: um
esmaga, o outro perfuma. Pretende “O Sorriso” todos os domingos fa-
zer desabrochar um sorriso amavel nos labios de seus amigos leitores e
de suas gentilissimas leitoras.
Entraremos pelos lares adentro animado das melhores dispo-
sições de ser companheiro dos minutos de folga de nossos assignantes.
Abolimos da lista dos nossos sorrisos, o sorriso mão da malicia.
Não necessita o leitor de nos perguntar:
- E´ de mim ou para mim?
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